O incêndio no Mercado Público de Florianópolis, registrado em 19 de agosto de 2005, mudou a forma como Santa Catarina lida com segurança em edificações históricas. O fogo consumiu parte do prédio, mobilizou dezenas de bombeiros e deixou marcas profundas na rotina da cidade.
Passadas duas décadas, a tragédia ainda serve de referência para autoridades e comerciantes, não apenas pela destruição que causou, mas pelo impulso que deu em normas de prevenção, fiscalização e investimentos em tecnologia de combate a incêndios.

Incêndio no Mercado Público
As chamas tiveram início por volta das 8h da manhã, em um box de alimentação, onde uma fritadeira elétrica entrou em superaquecimento. O fogo se espalhou rapidamente devido à grande quantidade de material inflamável no segundo piso, como roupas e calçados estocados. A presença de botijões de gás na estrutura ampliou o risco de explosões, dificultando a contenção inicial.
Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina chegaram ao local cerca de 20 minutos depois do chamado. Doze viaturas, vindas de Florianópolis, São José, Biguaçu e Itapema, atuaram no combate até a manhã seguinte. O esforço conjunto evitou que a tragédia tivesse proporções ainda maiores.
Reflexos técnicos e científicos
O laudo pericial apontou falhas estruturais e reforçou a importância da prevenção. Especialistas lembram que a carga térmica do local estava acima do aceitável, já que roupas e materiais sintéticos apresentam alto potencial de combustão. Estudos de engenharia de segurança destacam que, em espaços históricos, a adaptação às normas modernas de proteção reduz em até 70% os riscos de propagação em casos de ignição.
Esse dado técnico tem orientado gestores e comerciantes sobre a necessidade de adequar imóveis antigos a padrões atualizados de combate a incêndios, sem comprometer o valor cultural das edificações.
Avanços na fiscalização
Após o incêndio de 2005, o CBMSC ampliou a fiscalização em mercados, shoppings e prédios públicos. Sistemas de sprinklers, rotas de evacuação sinalizadas e brigadas treinadas passaram a ser exigidos em locais de grande circulação. No próprio Mercado Público, reformas incorporaram sensores automáticos e extintores distribuídos em pontos estratégicos.
A experiência traumática levou a um novo patamar de rigor técnico na concessão de alvarás, diminuindo o risco de incidentes semelhantes.
O legado vinte anos depois
Em junho deste ano, um princípio de incêndio no mesmo mercado foi rapidamente controlado. O sistema preventivo entrou em ação de forma automática, impedindo que as chamas avançassem. O episódio confirmou que a memória da tragédia de 2005 ainda orienta políticas públicas e práticas cotidianas no comércio local.
Os comerciantes e frequentadores enxergam hoje um espaço mais seguro, resultado direto das lições deixadas pelo incêndio que marcou a capital catarinense.
- Incêndio começou em fritadeira elétrica em 2005
- Roupas e gás contribuíram para a rápida propagação
- Doze viaturas e bombeiros de várias cidades atuaram
- Laudos reforçaram a importância de prevenção em áreas históricas
- Sprinklers e fiscalização reforçada reduziram riscos atuais