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Retirada de sedimentos renova navegabilidade no leste da Ilha

As embarcações que cruzam o canal da Barra da Lagoa voltaram a circular com segurança desde 31 de julho, data que marcou o fim da obra emergencial no leste de Florianópolis. A iniciativa, liderada pela prefeitura com apoio da ACIF, eliminou o risco de encalhe causado pelo assoreamento excessivo do leito.

Em um mês de operação, técnicos e máquinas atuaram para reabrir um canal que chegou a ter menos de 6 metros de largura em alguns trechos. Após a dragagem, o canal apresenta largura média de 20 metros e profundidade de 2 metros, o que garante condições ideais para o tráfego de embarcações da pesca artesanal e de turismo.

Retirada de sedimentos renova navegabilidade no leste da Ilha
Com o dessasoreamento, o canal passou a ter profundidade média de 2 metros e largura de 20 metros.

Navegabilidade e recuperação da economia local

A comunidade da Barra da Lagoa enfrentava crescentes dificuldades para manter o ritmo da pesca, principal atividade econômica da região. Com o canal comprometido, muitas embarcações deixaram de sair, prejudicando o abastecimento e a renda de dezenas de famílias. O trabalho de dragagem reabriu essa rota vital para o setor.

O acúmulo de areia e material orgânico no leito era antigo, mas se intensificou nos últimos anos com a ação das marés e chuvas mais intensas. A obstrução não só impedia a passagem dos barcos como afetava a circulação da água, gerando pontos de estagnação. A obra recuperou o fluxo e reestabeleceu a conexão entre a Lagoa da Conceição e o mar.

Tecnologia da dragagem e medidas de mitigação ambiental

O uso da draga flutuante permitiu uma retirada precisa dos sedimentos acumulados, com menor impacto físico ao entorno. O material foi deslocado para uma área nas margens da SC-406, previamente acompanhada por técnicos ambientais. Foram implementadas técnicas de nivelamento e dispersão para evitar acúmulo nocivo.

O canal assoreado apresentava largura e profundidade limitadas.

Estudos baseados em dados batimétricos e análises sedimentológicas guiaram a escolha do método e o volume extraído. A compatibilidade do tipo de sedimento com o local de deposição também foi avaliada para evitar erosões ou alterações significativas no perfil da margem. A próxima etapa prevê replantio de vegetação nativa e ações de contenção.

Desafios da manutenção e necessidade de política contínua

A dragagem emergencial resolveu um problema crítico, mas não elimina o risco de novo assoreamento em médio prazo. Técnicos da infraestrutura defendem o monitoramento contínuo e a institucionalização de um programa de manutenção periódica para o canal.

A ausência de políticas permanentes para canais urbanos é um dos fatores que leva à repetição de crises como a registrada na Barra da Lagoa. Especialistas alertam que, sem um plano integrado de gestão hídrica, ações isoladas como essa tendem a perder eficácia com o tempo.

Barra da Lagoa como modelo de intervenção rápida e eficaz

O sucesso da obra na Barra da Lagoa pode servir de referência para outras regiões costeiras de Santa Catarina com problemas similares. A capacidade de resposta da prefeitura, o envolvimento da comunidade e o respeito às normas ambientais demonstram que soluções técnicas bem planejadas podem ser aplicadas com rapidez e resultado.

O canal, que já simbolizava a conexão entre o modo de vida tradicional e o ambiente natural da Ilha, agora volta a cumprir essa função com mais segurança e previsibilidade. A expectativa é que essa recuperação se mantenha estável nos próximos meses, com apoio do monitoramento técnico e das ações de conservação previstas.

• Canal recuperou navegabilidade com 2 metros de profundidade
• Obra removeu 16 mil m³ de sedimentos em 30 dias
• Área de deposição passou por nivelamento e controle ambiental
• Canal atende pesca artesanal e transporte comunitário
• Monitoramento técnico seguirá ativo após intervenção

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