A Prefeitura de São José recolheu mais de 3.277 toneladas de móveis e eletrodomésticos deixados irregularmente nas ruas apenas no primeiro semestre. A ação mobiliza recursos humanos e logísticos todos os dias, com impacto financeiro direto no orçamento municipal.
Com investimento superior a R$ 5,8 milhões anuais, a limpeza urbana enfrenta um desafio constante: a falta de conscientização. Mesmo com coleta gratuita, milhares de objetos continuam sendo deixados em locais inapropriados, o que agrava problemas ambientais e urbanos.

Força-tarefa atua diariamente no combate ao lixo volumoso
Sete caminhões circulam pelos bairros, acompanhados de equipes fixas de limpeza. A operação conta com planejamento logístico para cobrir as regiões com mais registros de descarte ilegal. São mais de 600 viagens em seis meses, evidenciando a dimensão do problema.
A coleta irregular não segue padrão, surgindo de forma esparsa e em pontos inesperados. Muitas vezes, os resíduos aparecem à noite ou durante feriados, dificultando o monitoramento. A prática causa sobrecarga no sistema e aumenta o tempo de resposta das equipes.
Sofás e geladeiras se transformam em vetores urbanos
Materiais como estofados e eletrodomésticos possuem cavidades que acumulam água e lixo orgânico. Essas características os tornam ambientes perfeitos para insetos vetores e pequenos roedores. A exposição prolongada desses itens eleva o risco de surtos epidemiológicos.
O acúmulo em calçadas e terrenos baldios obstrui bueiros e favorece enchentes em épocas de chuvas. Dados técnicos da Fiocruz mostram que áreas urbanas com descarte volumoso têm índices mais altos de infestação do mosquito da dengue e seus similares.
Serviço de agendamento busca reduzir impacto ambiental
Para conter o avanço do descarte irregular, a Prefeitura oferece agendamento gratuito via telefone e WhatsApp. A facilidade do serviço tem como objetivo principal tirar os resíduos de circulação antes que cheguem ao meio ambiente.
Basta marcar dia e local, e colocar os itens na calçada. A equipe não entra em imóveis, o que preserva a logística e garante segurança. A adesão ainda é baixa, mas vem crescendo após campanhas de conscientização e fiscalização mais intensa.
PEVs funcionam como alternativa complementar ao serviço
No bairro Potecas, o Ponto de Entrega Voluntária recebe móveis dentro do limite de 1m³ por pessoa. O espaço oferece infraestrutura adequada para recebimento e triagem dos itens, sendo uma opção viável para quem prefere levar os resíduos diretamente.
O local funciona de segunda a sábado e recebe grande variedade de materiais, desde sofás e colchões até eletros em desuso. A triagem separa os itens por tipo e determina o destino ideal para cada um, minimizando impactos ambientais.
Multas e sanções previstas para quem descarta ilegalmente
Descarte irregular configura crime ambiental, passível de multa e até reclusão, conforme a Lei Federal nº 9.605. A fiscalização em São José vem se intensificando, com foco em áreas críticas e denúncias feitas por moradores.
Quem for flagrado pode responder criminalmente e ser obrigado a ressarcir os custos da coleta. A medida busca responsabilizar os infratores e coibir práticas que sobrecarregam os cofres públicos e comprometem a qualidade de vida da população.
• Descarte irregular é crime e pode gerar reclusão
• Prefeitura gasta mais de R$ 5,8 milhões ao ano com a limpeza
• Coleta gratuita está disponível por telefone e WhatsApp
• Sofás e eletros causam danos ao ambiente e à saúde
• PEV em Potecas funciona como ponto seguro de entrega