Novas amostras coletadas pela CASAN no Saco Grande buscam medir a qualidade da água e do sedimento da região, que ainda sofre os efeitos do esgoto irregular. As ações fazem parte do projeto de saneamento com recursos da JICA, que investe R$196 milhões na infraestrutura sanitária de bairros da região Norte de Florianópolis.

O diagnóstico ambiental cobre rios urbanos e áreas costeiras, com foco nos efeitos cumulativos do lançamento clandestino de efluentes. Os dados permitirão avaliar com precisão o progresso ambiental conforme as obras avançam.
Programa ambiental avalia 10 pontos estratégicos
Sete pontos de coleta ficam na Baía Norte, em áreas próximas à ESEC Carijós, enquanto outros três acompanham os rios Vadik e Pedro Bide. A escolha dos locais se baseia no potencial de vulnerabilidade à poluição e no impacto direto sobre o ecossistema local.
A CASAN realiza as campanhas de coleta desde 2020, com frequência trimestral. A metodologia permite observar padrões de evolução ambiental em tempo real e sustentar decisões corretivas ou preventivas.
Contaminação urbana ainda é o maior desafio
Os rios que atravessam os bairros Monte Verde e Saco Grande apresentam histórico de poluição por ligações clandestinas de esgoto. A ausência de rede de coleta e tratamento resultava em lançamentos diretos nos corpos hídricos. Os dados recentes continuam a registrar pontos críticos de contaminação.
A Estação de Tratamento de Efluentes João Paulo entra como peça central do novo sistema. O cruzamento dos resultados de coleta com a operação da ETE ajuda a medir sua efetividade na redução da carga orgânica nos cursos d’água.
Microalgas alertam sobre desequilíbrios ecológicos
Na Baía do Saco Grande, um dos focos do estudo envolve as florações de fitoplâncton. Os blooms indicam presença excessiva de nutrientes, especialmente nitrogênio e fósforo, comuns no esgoto doméstico. O fenômeno impacta diretamente a biodiversidade aquática por comprometer a disponibilidade de oxigênio.
O processo é conhecido por sua capacidade de provocar eventos de mortandade em massa de espécies marinhas. Monitorar essas ocorrências ajuda a antecipar riscos e redirecionar ações de mitigação.

Obra conta com apoio técnico e institucional
O projeto sanitário integra um pacote de obras financiadas por cooperação internacional com o Japão. O apoio da JICA garante recursos e respaldo técnico. Todos os programas executados receberam aprovação do Instituto do Meio Ambiente (IMA), assegurando conformidade legal e ambiental.
Entre os programas em curso, o monitoramento de águas e sedimentos figura como eixo estruturante. A continuidade das campanhas representa compromisso com a ciência e com a transparência dos impactos socioambientais das obras.
- CASAN realiza coletas trimestrais desde 2020 em dez pontos fixos
- Rios urbanos sofrem com lançamentos clandestinos de esgoto
- Estudo acompanha impacto da nova ETE João Paulo nos indicadores
- Blooms de fitoplâncton sinalizam risco ecológico por eutrofização
- Projeto conta com R$196 milhões da JICA e aval do IMA para os programas