Com foco nas metas de 2033, o evento promovido pelo Floripa Sustentável nesta segunda-feira (9) em Florianópolis reuniu lideranças públicas e privadas da Região Sul para discutir avanços no saneamento. O encontro marcou uma convergência inédita de experiências de SC, RS e PR, com trocas sobre soluções técnicas, modelos de concessão e estratégias para ampliar a cobertura dos serviços.
Entre os participantes estiveram representantes da Casan, AEGEA e Sanepar, além do prefeito Topázio Neto e deputados estaduais que atuam em propostas legislativas na área. A agenda priorizou o destravamento de processos parados, o uso de novas tecnologias e o incentivo à cooperação entre municípios e setor privado.
Floripa como polo de soluções para o saneamento regional
A Capital catarinense tem apostado na articulação institucional como ferramenta para vencer barreiras estruturais. O crescimento de 14% na cobertura de esgoto desde 2022 reflete um esforço de reestruturação interna na Casan e a retomada de obras paralisadas. Dados da empresa apontam que mais de R$ 423 milhões já foram aplicados, com impacto direto nos bairros Ingleses, Saco Grande e no sistema Potecas.

Experiências do RS e PR enriquecem debate técnico
Os modelos de gestão apresentados pela AEGEA e pela Sanepar trouxeram ao evento um panorama de práticas que vêm demonstrando eficácia. No Paraná, a Sanepar tem atuado com projetos integrados de reutilização de efluentes e captação alternativa. Já no RS, os investimentos em PPPs têm permitido acelerar obras em áreas urbanas e rurais. Ambas destacaram a importância da regulação técnica e da estabilidade jurídica para atrair investimentos ao setor.
Nova legislação propõe consórcios e escala regional
Com foco nos pequenos municípios, o projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa propõe que cidades com menos de 40 mil habitantes possam se consorciar em até 100 km de distância. A proposta visa criar massa crítica para atrair operadores privados, permitindo a Casan atuar em parcerias regionais. A iniciativa busca replicar modelos já adotados em outras partes do país e deverá entrar em pauta ainda neste semestre.
Força-tarefa mira destravar obras com entraves judiciais
O debate técnico coordenado pelo Floripa Sustentável destacou o impacto de ações judiciais e lacunas nas licenças ambientais. Especialistas defenderam a criação de um grupo interinstitucional para mapear esses obstáculos e acelerar soluções. A proposta envolve órgãos de controle, agências ambientais, poder executivo e sociedade civil, com foco em garantir celeridade nos processos e segurança jurídica aos investimentos.

Eficiência operacional depende de modelos descentralizados
A tendência de adoção de estações compactas e descentralizadas vem ganhando tração em cidades costeiras como Florianópolis. Esses sistemas, de menor porte, se adaptam melhor a terrenos frágeis e apresentam menor tempo de implantação. Estudos recentes da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária indicam que o uso combinado de soluções locais e regionais aumenta em até 30% a eficiência na cobertura dos serviços.
- Evento reuniu lideranças do Sul para tratar de metas do Marco do Saneamento
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