A Celesc acaba de anunciar um programa de modernização que representa um marco sem precedentes para o setor energético catarinense. Com investimento superior a R$ 1,7 bilhão, esta iniciativa em parceria com o BID visa fortalecer a infraestrutura elétrica do estado pelos próximos cinco anos.
O “Programa de Modernização Energética para Resiliência Climática e Sustentabilidade em Santa Catarina” chega em um momento crucial para o desenvolvimento econômico regional. A parceria estratégica entre a Celesc, o Governo do Estado e o Banco Interamericano de Desenvolvimento promete não apenas expandir a capacidade da rede, mas também prepará-la para enfrentar os desafios climáticos crescentes.

Detalhes do investimento para modernização energética
O orçamento total do programa ultrapassa US$ 305 milhões, equivalente a R$ 1,756 bilhão na cotação atual. Deste montante, US$ 243 milhões serão financiados pelo BID, enquanto a Celesc contribuirá com US$ 62,6 milhões como contrapartida.
O projeto, identificado internamente como BID 2, teve sua implementação aprovada pela Comissão de Financiamento Externo (Cofiex), vinculada ao Ministério do Planejamento e Orçamento, em março de 2024. A execução começará em 2026, estendendo-se por cinco anos.
Impactos esperados na infraestrutura elétrica estadual
A liberação deste financiamento garante recursos estratégicos para o avanço do Plano de Investimentos da Celesc, estimado em R$ 4,5 bilhões. O programa contempla obras estruturais significativas, implementação de tecnologias inovadoras e fortalecimento institucional da companhia.
Pesquisas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) indicam que investimentos desta magnitude podem reduzir em até 40% as interrupções no fornecimento de energia durante eventos climáticos severos. Esta estatística sublinha a importância do projeto para a resiliência da rede elétrica catarinense.
A visão das autoridades sobre o programa
Tarcísio Rosa, presidente da Celesc, classificou a nova parceria como um divisor de águas para o setor elétrico estadual. Em suas declarações durante o evento de lançamento, enfatizou que os recursos permitirão ampliar significativamente a capacidade da rede elétrica.
O governador Jorginho Mello, mesmo não estando presente no evento, enviou uma nota destacando o papel estratégico da empresa pública neste processo. “Este novo financiamento fortalece a Celesc como uma companhia eficiente e essencial para o desenvolvimento de Santa Catarina”, afirmou.
Aspectos técnicos e reconhecimento internacional
Júlio César Pungan, diretor de Finanças e Relações com Investidores da Celesc, destacou o rigor técnico do projeto apresentado. De acordo com seu relato, a proposta encaminhada ao BID recebeu elogios substanciais da Cofiex, evidenciando o comprometimento das equipes e a solidez do planejamento.
Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina demonstrou que programas de modernização energética com componentes de resiliência climática podem proporcionar retornos socioeconômicos até três vezes superiores ao valor investido, considerando-se a redução de perdas por interrupções de energia em setores produtivos.
Alinhamento com metas globais de sustentabilidade
Carlos Echevarría Barbero, especialista regional líder em Energia do BID, enfatizou durante o evento que o programa está perfeitamente alinhado às metas globais de sustentabilidade energética. Esta concordância com diretrizes internacionais fortalece a posição da Celesc como protagonista na transição energética regional.
O programa incorpora tecnologias que viabilizam maior integração de fontes renováveis à matriz energética catarinense, contribuindo para redução das emissões de carbono e diversificação da geração energética no estado.
O legado do BID 1 como base para o novo ciclo
O atual programa representa a continuidade de uma parceria bem-sucedida entre a Celesc e o BID. A fase anterior, conhecida como BID 1 ou Celesc+Energia, formalizou-se em outubro de 2018 com investimentos superiores a US$ 377 milhões.
Os resultados alcançados incluem a construção de 16 novas subestações, ampliação de 39 unidades existentes e instalação de aproximadamente 280 quilômetros de novas linhas de transmissão. O programa anterior também viabilizou aquisição de equipamentos avançados, materiais especializados e sistemas de automação e TI.
- O programa conta com orçamento total de US$ 305 milhões, sendo US$ 243 milhões financiados pelo BID e US$ 62,6 milhões pela Celesc.
- A implementação ocorrerá entre 2026 e 2031, complementando o Plano de Investimentos de R$ 4,5 bilhões da companhia.
- O projeto anterior (BID 1) resultou na construção de 16 novas subestações e ampliação de outras 39, além de 280 km de novas linhas de transmissão.