A educação inclusiva em Palhoça (SC) ganhou novo fôlego com a criação do livro “Corrida entre Amigos”, de autoria de um estudante da rede municipal. Augusto Silva de Andrade, da Escola Básica Professor Neri Brasiliano Martins, frequentador da Educação Especial, escreveu a obra com apoio dos professores Letícia Naizer e Nilton Rodrigues.
O livro surgiu durante atividades regulares de língua portuguesa e mostra como a inclusão, quando aplicada com intencionalidade, favorece o protagonismo de estudantes que costumam ser excluídos de processos criativos. A obra infantil aborda amizade e superação entre personagens com diferentes habilidades.
Educação Especial e produção de conteúdo original
A proposta pedagógica aplicada em sala permitiu que Augusto fosse além dos exercícios tradicionais. A criação do livro envolveu planejamento, escrita e revisão, sempre em diálogo com os professores. Com esse suporte, a produção ganhou forma sem perder o olhar sensível da criança autora. A narrativa evita estereótipos e entrega uma visão acessível sobre inclusão e igualdade.
Estudos sobre educação inclusiva apontam que a personalização do conteúdo, quando estruturada com base em metodologias ativas, aumenta a participação e o desempenho de alunos com deficiência. Em ambientes onde se reconhece o direito à aprendizagem com equidade, surgem experiências autênticas como esta, que vão além do currículo.
O papel da linguagem na construção da inclusão
A escolha da linguagem acessível foi um dos pontos fortes do livro. A história usa frases simples, mas cheias de significado, facilitando o entendimento por crianças de diferentes idades e perfis de aprendizagem. A presença de personagens com habilidades distintas normaliza a diversidade e abre espaço para o diálogo desde os primeiros anos escolares.

Na prática, a linguagem exerce função pedagógica e simbólica. Ao permitir que a criança narre sua visão de mundo, os educadores sinalizam que todas as vozes importam. Esse gesto impacta diretamente a autoimagem dos estudantes, sobretudo daqueles que convivem com limitações motoras ou cognitivas.
Projetos inclusivos transformam o ambiente escolar
O impacto do projeto vai além do livro. Ao incluir um aluno da Educação Especial em uma produção coletiva, a escola reafirma seu compromisso com a democratização do conhecimento. Professores e gestores que priorizam práticas inclusivas ajudam a mudar a cultura institucional e inspiram outras iniciativas.
Essa experiência reforça a importância da escuta ativa e do planejamento pedagógico que valorize a singularidade de cada aluno. Ao invés de adaptar o estudante à escola, a proposta inverte a lógica: adapta-se o ensino ao estudante. O livro de Augusto nasce dessa virada de perspectiva.
- Aluno com deficiência cria livro sobre inclusão em Palhoça
- Professores ajustaram conteúdo para incentivar a autoria
- Livro apresenta personagens com diferentes habilidades
- Linguagem simples e acessível facilita a leitura para todos
- Iniciativa transforma inclusão em ação concreta no cotidiano escolar