Em novembro, Belém sediará a COP30 e o governo federal já gastou R$ 263 milhões para contratar três navios de cruzeiro como hospedagem. Com hotéis lotados e preços inflacionados, a solução parece grandiosa, mas expõe a distância entre a elite política e a realidade do cidadão comum.
No cenário atual, em que famílias lutam contra a alta dos alimentos e novos tributos são impostos a cada semestre, tamanha ostentação pública reacende críticas sobre o descompasso entre prioridades oficiais e necessidades reais da população.
Cruzeiros de luxo alugados para suprir falta de hotéis
O MSC Lirica, o Costa Diadema e o MSC Seaview foram contratados para abrigar participantes da COP30. As embarcações contam com piscinas, academias, teatros, cassinos e capacidade superior a 11 mil pessoas, em contraste gritante com a precariedade da infraestrutura urbana local.

Gastos milionários sem previsão clara de retorno
Embora o governo tenha prometido recuperar parte do investimento por meio da venda das acomodações, relatórios técnicos não foram apresentados. Sem estimativas detalhadas de ocupação e arrecadação, o risco de prejuízo com dinheiro público é evidente.
Velho enredo de contratos sob suspeita
Analistas jurídicos e economistas apontam que o formato da contratação, articulado via Embratur e Casa Civil, apresenta brechas para práticas questionáveis. Históricos como o do superfaturamento nas obras da Petrobras ecoam na memória coletiva.
Infraestrutura negligenciada aumenta custos
A falta de investimentos prévio no setor hoteleiro de Belém forçou soluções emergenciais caras. Dados da Confederação Nacional do Turismo indicam que 68% das cidades brasileiras sedes de eventos internacionais sofreram prejuízo justamente pela falta de planejamento antecipado.
Povo paga caro pela festa da elite
Enquanto bilhões são gastos para acomodar chefes de estado e suas comitivas com luxo e conforto, cidadãos comuns enfrentam inflação descontrolada, juros elevados e novos impostos sobre o consumo diário. A COP30 se torna, ironicamente, um retrato das desigualdades internas.
Sem transparência, suspeitas crescem
Contratos firmados sem licitação ampla e informações públicas limitadas sobre a gestão dos navios geram desconfiança. Conforme levantamento da Transparência Internacional, o Brasil figura entre os 100 países mais vulneráveis à corrupção institucional.
- Contratação de três navios custa R$ 263 milhões aos cofres públicos
- Justificativa da venda das cabines carece de dados técnicos sólidos
- Histórico de corrupção do PT influencia a percepção negativa
- Falta de investimentos prévios agravou problemas de infraestrutura
- Aumento de impostos e alta do custo de vida contrastam com gastos
- Ausência de auditoria independente levanta suspeitas de corrupção