Especialistas em engenharia sanitária, gestores públicos e acadêmicos se reuniram em Jurerê Internacional, Florianópolis, para a terceira edição do Fórum de Saneamento em Áreas Sensíveis. O evento, marcado pelo Dia Mundial do Meio Ambiente (5/06), lançou luz sobre a crise da drenagem urbana e suas implicações no desenvolvimento das cidades.
O encontro trouxe exemplos de inovação tecnológica, planejamento urbano sustentável e políticas públicas voltadas ao uso inteligente da água em áreas costeiras e densamente urbanizadas.
Desafios contemporâneos da drenagem urbana
A urbanização acelerada tem sobrecarregado a infraestrutura hídrica das cidades. A impermeabilização do solo, combinada a chuvas intensas, aumenta a frequência de enchentes. No fórum, especialistas explicaram como soluções baseadas na natureza podem mitigar esses impactos ao incluir vegetação, áreas de infiltração e bacias de contenção nos projetos.

Estudos indicam que uma cidade com 70% de solo impermeável pode aumentar em até 50% o volume de escoamento superficial durante chuvas fortes. Essa realidade impõe desafios urgentes ao planejamento urbano.
Modelos sustentáveis no planejamento urbano
A experiência de Jurerê Internacional foi detalhada como exemplo de integração entre urbanismo e natureza. Projetado com foco ambiental, o bairro balneário busca ampliar a aplicação de tecnologias de baixo impacto em suas áreas de expansão. O novo projeto de drenagem conta com diagnóstico técnico detalhado, liderado por engenheiros especializados em saneamento.
Representantes da GEASA apontaram a importância de integrar desde o início o dimensionamento hidrológico, a topografia natural e as futuras pressões urbanas, evitando correções onerosas no futuro.
Panorama legal e técnico apresentado por cidades-modelo
Durante os painéis, Blumenau destacou sua legislação sobre drenagem sustentável, que condiciona novas obras à adoção de técnicas de infiltração e retenção de água. Florianópolis expôs seu esforço em projetos de macrodrenagem e intervenções emergenciais, especialmente em regiões como Lagoa da Conceição e Rio Tavares.
Técnicos ressaltaram que a eficácia da legislação depende de acompanhamento técnico e fiscalização, além de campanhas educativas voltadas à população.
Tecnologia no controle de águas pluviais
Inovações apresentadas durante o evento revelaram como a inteligência artificial e os sensores remotos já ajudam a prever enchentes, analisar o comportamento hídrico e planejar obras com mais precisão. O TideSat Global e a Sanapp foram citados como ferramentas que integram dados em tempo real à gestão urbana.
Essas tecnologias permitem antever pontos críticos de alagamento, reduzir perdas estruturais e reorientar investimentos em infraestrutura hídrica com base em evidências.
Colaboração entre setores impulsiona avanços
A articulação entre agentes públicos, universidades e empresas privadas foi defendida como fator decisivo para que políticas de saneamento avancem no Brasil. O Grupo Habitasul, promotor do evento, reforçou a importância de criar redes de diálogo e investimento em conhecimento aplicado para transformar o cenário atual.
Com mais de cinco décadas de atuação, a empresa mantém seu compromisso com a sustentabilidade e urbanismo inteligente, expandindo essas diretrizes para novas áreas sob sua responsabilidade.
PONTOS-CHAVE DO ARTIGO
- Fórum discutiu saneamento em áreas sensíveis no Dia Mundial do Meio Ambiente
- Urbanização afeta diretamente o sistema de drenagem
- Cidades como Blumenau adotam leis para drenagem sustentável
- Inovações tecnológicas já ajudam a prever e mitigar enchentes
- Parcerias entre setores aparecem como motor da mudança urbana