Florianópolis registrou a inflação mais alta entre as capitais brasileiras no acumulado dos últimos 12 meses, atingindo 6,84%. O índice, calculado pela Udesc com base em 297 itens, superou o IPCA nacional de 5,53% e aponta forte pressão sobre o consumo local.
Alimentos lideram o avanço, mas o impacto não se limita à comida. Moradia, transporte e educação aparecem entre os setores que mais subiram. O sinal de alerta já preocupa famílias e analistas econômicos.

Café lidera disparada no setor de alimentação
Entre os alimentos, o destaque vai para o café em pó, com alta de 82,46%, seguido pelo café solúvel (66,83%). Hortaliças e carnes completam a lista dos maiores vilões: tomate (38,60%), costela (31,39%) e filé mignon (30,99%).
Esses percentuais colocam a alimentação como centro da inflação na capital. A variação de 9,65% no grupo pressiona diretamente o custo da cesta básica, prejudicando o poder de compra das famílias da cidade.
Construção civil e itens escolares encarecem serviços
As pedras para construção tiveram aumento de 55,45%, sinalizando impacto direto nos custos de moradia. Já os uniformes escolares (+31,51%) e móveis infantis (+35,13%) evidenciam a pressão sentida pelas famílias com filhos em idade escolar.
Esse conjunto de reajustes revela um padrão inflacionário que vai além da alimentação, atingindo áreas fundamentais para a estabilidade doméstica. Itens como roupas e móveis escolares expõem a dificuldade de planejamento orçamentário.
Grupos mais afetados no índice da Udesc
Alimentação e bebidas (+9,65%) lideram a inflação acumulada, seguidos por despesas pessoais (+8,67%), transportes (+7,93%) e habitação (+7,69%). A educação, com 6,90%, completa o grupo de maior impacto.
Segundo os dados da Udesc, a metodologia usada avalia mensalmente produtos e serviços desde 1968, o que garante confiabilidade histórica ao levantamento. O índice serve de referência para análise de custo de vida e formulação de políticas públicas.
Inflação seletiva e quedas pontuais
Embora a maioria dos grupos tenha apresentado variações positivas, o vestuário recuou 1,16%, com destaque para promoções e liquidações no setor. Artigos de residência e comunicação praticamente não se alteraram, com variações abaixo de 2%.
Essas exceções, no entanto, não neutralizam o avanço dos demais segmentos. A inflação, nesse recorte, assume caráter seletivo, atingindo principalmente setores com maior peso no consumo doméstico.
- Florianópolis apresenta inflação de 6,84% em 12 meses, segundo Udesc
- Café e carnes lideram aumento no setor alimentício
- Materiais de construção e educação infantil ampliam impacto
- Grupos como alimentação, transporte e habitação têm maior peso
- Vestuário mostra queda, mas não compensa a alta dos demais setores