Na sede do SCFV de São José, o dia 29 de julho transformou-se em um cenário de convivência rara: crianças, adolescentes e idosos dividiram o mesmo espaço, dançaram juntos e celebraram o Arraiá promovido pelos serviços sociais do município. Com mais de 180 participantes, a festa simbolizou uma vivência intergeracional que resgata o valor das relações humanas.
Em meio às bandeirinhas e ao cheiro de milho cozido, foi possível observar uma rede de cuidado se formando entre gerações que, muitas vezes, seguem em rotinas separadas. O evento foi pensado como uma ação de fortalecimento dos vínculos sociais e não apenas como uma atividade festiva.

SCFV cria vivências entre gerações com afeto e estratégia
A proposta intergeracional adotada pelo SCFV segue uma lógica de inclusão ampliada. A ideia central consiste em permitir que saberes distintos circulem em ambiente seguro e respeitoso. Estudos em gerontologia indicam que idosos em contato regular com crianças apresentam níveis mais altos de disposição física, memória ativa e percepção de utilidade social.
Do outro lado da relação, jovens que interagem com os mais velhos em contextos positivos desenvolvem habilidades de empatia, paciência e escuta ativa. A festa, nesse sentido, funciona como cenário simbólico para o que a política pública de assistência busca promover durante todo o ano.
Cultura junina como elemento pedagógico e emocional
A escolha por uma festa junina não se deu ao acaso. O ciclo junino é um dos mais ricos da cultura brasileira em termos de música, dança, culinária e tradição oral. O SCFV utilizou esse universo para criar uma conexão emocional com os participantes, ativando lembranças, ensinando valores e promovendo o reconhecimento mútuo.
Cada passo de dança, cada canto de quadrilha, carrega mais que diversão — carrega um modo de ser e de lembrar. Pesquisas em psicologia social destacam que eventos com forte carga simbólica como esse atuam sobre a autoestima dos envolvidos e fortalecem a coesão comunitária.
Oficinas permanentes sustentam vínculos no cotidiano
O SCFV oferece, ao longo do ano, oficinas variadas como dança, informática, cerâmica, artesanato e educação nutricional. A festa junina surge como ponto alto de um processo que vem sendo construído com constância. A integração entre as oficinas e os eventos temáticos cria uma pedagogia da convivência que transcende a sala de aula.
A infraestrutura oferecida, que inclui transporte e alimentação, garante que a participação não se limite a quem possui recursos próprios. Isso é essencial para manter a equidade e a continuidade dos vínculos entre os atendidos.

Reconhecimento do espaço público como território de afeto
A festa permitiu que os participantes reconhecessem a sede do SCFV como um lugar de segurança emocional, pertencimento e expressão. Esse tipo de apropriação simbólica do espaço público amplia o impacto das políticas sociais, ao transformá-las em práticas vividas e compartilhadas.
Com a presença ativa das equipes técnicas e gestoras, o Arraiá funcionou também como vitrine do que vem sendo feito em São José no campo da assistência social. Os depoimentos de participantes e profissionais indicam que a integração entre gerações tem potencial para se tornar eixo permanente das ações do município.
- Festa reuniu 180 pessoas atendidas pelo SCFV
- Participação ativa de 50 idosos e 130 crianças e adolescentes
- Tradições culturais usadas como recurso pedagógico
- Oficinas do SCFV são base contínua do fortalecimento de vínculos
- Evento reforçou pertencimento ao espaço público
- Prática intergeracional apoiada por estudos científicos atuais