Mais uma etapa foi executada nas obras da Estação de Tratamento de Esgoto Insular, em Florianópolis, com a conclusão da concretagem da casa de sopradores e biofiltros. A CASAN anunciou o uso de 60m³ de concreto, correspondente a oito caminhões betoneira, que foram aplicados na estrutura que sustentará os novos sistemas de tratamento.

Essa etapa viabiliza a instalação de tecnologias que otimizam a decomposição do esgoto e reduzem odores. A obra faz parte de um plano de expansão que vai multiplicar a capacidade da ETE Insular, com recursos já assegurados por meio de cooperação internacional.
Casa de sopradores e eficiência estrutural
A casa de sopradores agora conta com laje superior concretada, construída para receber os equipamentos responsáveis por injetar ar nos tanques de aeração. Essa injeção é essencial para manter ativos os microrganismos que degradam a matéria orgânica presente no esgoto. A estrutura também abrigará biofiltros e sistemas de purificação do ar, reduzindo os odores característicos do processo.
Segundo o engenheiro Luis Pukanski, a operação de concretagem segue etapas técnicas específicas: montagem de fôrmas, inserção de armaduras, lançamento e adensamento do concreto, cura com hidratação controlada e retirada das fôrmas. Cada fase garante a integridade da estrutura e a estabilidade dos equipamentos.
Uso de biofilme no tratamento do esgoto
A estação utilizará reatores biológicos com tecnologia MBBR, que emprega pequenos anéis plásticos móveis para formar biofilmes onde microrganismos se fixam. Ao circular dentro dos tanques, esses anéis aumentam a área de contato e aceleram a decomposição dos resíduos orgânicos, promovendo maior eficiência no tratamento biológico.
O método permite alta taxa de remoção de carga orgânica mesmo em volumes maiores de esgoto, reduzindo o tempo de retenção e mantendo a eficiência do sistema. A aplicação da tecnologia reforça a posição da ETE Insular como referência em inovação para o saneamento básico.

Triplicação da vazão e tratamento avançado
A capacidade da ETE será expandida para uma vazão de até 612 litros por segundo, quase três vezes a atual. A ampliação inclui tratamento terciário, que promove a remoção de nutrientes como nitrogênio e fósforo, elementos que, se não tratados, podem provocar eutrofização em corpos d’água receptores.
Os investimentos, da ordem de R$ 245 milhões, são provenientes de acordo firmado com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). O aporte internacional mostra o grau de confiança no projeto e sinaliza uma guinada técnica importante no sistema de esgotamento sanitário da capital catarinense.
- Concretagem finaliza laje da casa de sopradores
- Reator MBBR usa anéis plásticos para formação de biofilmes
- ETE Insular terá capacidade para até 612L/s
- Tratamento terciário eliminará nutrientes poluentes
- Projeto financiado com recursos da JICA (R$ 245 milhões)