Uma seleção de mais de 100 obras produzidas em barro por artesãos de São José estreia na exposição “Sinta o Sul – Bioma Mata Atlântica”, no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Rio de Janeiro. A mostra reúne representações culturais dos estados do Sul e abre ao público em 16 de maio, com entrada franca até 15 de outubro.
A Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros, reconhecida como único centro especializado do gênero na América Latina, apresenta peças que fundem tradição açoriana, saberes comunitários e expressão artística. A participação insere São José em um circuito nacional de arte popular e fortalece a cerâmica como patrimônio cultural.
CRAB exibe diversidade artística e biomas brasileiros
A exposição, sediada no coração do Rio de Janeiro, dá foco à diversidade de manifestações culturais do bioma Mata Atlântica. Organizada pelo Sebrae com apoio das superintendências do Sul, a mostra busca sensibilizar visitantes quanto à importância da preservação ambiental e das práticas tradicionais.

Localizado na Praça Tiradentes, o CRAB é considerado o maior espaço dedicado ao artesanato brasileiro. Sua curadoria seleciona obras que refletem técnicas regionais, relações com o território e valores históricos. O acervo da Escola de Oleiros se encaixa nesse escopo ao preservar e inovar o uso do barro como matéria-prima.
Arte cerâmica ganha novo fôlego em São José
Mesmo com o avanço de materiais industriais, a tradição da louça de barro resistiu em São José graças ao trabalho de preservação realizado pela escola. Desde sua fundação, a unidade ensina técnicas como a modelagem manual, o uso de torno e queima em forno tradicional. O barro utilizado provém da própria região, mantendo vínculos com a paisagem local.
Segundo estudos desenvolvidos por pesquisadores da UFSC, a plasticidade do barro josefense apresenta propriedades ideais para modelagem, com baixo índice de retração e alta resistência após a queima. Esse dado técnico justifica a qualidade das peças expostas e a permanência da atividade como ofício relevante.
Educação, inclusão e identidade em torno do barro
A Escola de Oleiros acolhe alunos de todas as idades, oferecendo ensino gratuito e oficinas abertas à comunidade. Além da técnica, as aulas incluem noções de história da arte, simbologia e empreendedorismo criativo. A proposta é transformar o artesanato em caminho de inclusão e autonomia econômica.
Mais que um ateliê, a escola funciona como espaço de memória, reunindo mestres ceramistas e jovens aprendizes em torno de um saber coletivo. A cerâmica josefense, além de expressar beleza, documenta modos de vida, tradições familiares e vínculos afetivos com a terra e com a história local.

Exposição representa passo estratégico para o turismo cultural
A presença de São José no CRAB insere o município em um roteiro turístico e cultural que atrai milhares de visitantes ao longo do ano. Com isso, a cidade projeta sua imagem como polo de produção artesanal e aposta na valorização da economia criativa como instrumento de desenvolvimento local.
A iniciativa ainda reforça o papel das políticas públicas na promoção da cultura popular, com suporte da Prefeitura e da Secretaria de Cultura e Turismo. O artesanato, nesse contexto, deixa de ser visto apenas como ofício marginal e passa a ocupar espaço de protagonismo no cenário nacional.
Pontos importantes
- Exposição “Sinta o Sul” exibe obras de artesãos josefenses no Rio
- CRAB reúne expressões culturais do bioma Mata Atlântica
- Escola de Oleiros é única na América Latina com foco em cerâmica
- Barro de São José apresenta propriedades técnicas reconhecidas
- Participação fortalece turismo cultural e identidade local

