O Partido como Negócio Privado: O Caso do Avante em Santa Catarina
O Avante de Santa Catarina está no epicentro de uma vergonhosa ilegalidade. Uma carta enviada aos diretórios municipais pede contribuições financeiras, mas, surpreendentemente, os valores arrecadados não vão para uma conta partidária e sim para uma empresa privada, a RRE Máquinas e Equipamentos Ltda, cuja administração é atribuída a Rodrigo Michalski Simão, presidente do Avante no município de São José.
Na prática, o que deveria ser uma arrecadação transparente para financiar atividades partidárias está sendo desviada para uma empresa privada, sem qualquer prestação de contas formal e sem qualquer relação legal com o partido.
Um Vexame Sem Precedentes: A Confusão Entre Partido e Empresa
A chave PIX fornecida na carta revela que os fundos não são depositados na conta do partido, mas sim na da empresa RRE Máquinas e Equipamentos Ltda de de CNPJ 23505287000107,. No papel, a sócia é Aida Maria da Costa, esposa de Rodrigo Michalski, mas é de conhecimento público que o negóci é administrado e tem como representante seu marido.. O esquema, que tem todas as características de uma malversação da coisa partidária, mostra como partidos são usados para fins particulares e escusos. Esse caso do Avante não é apenas uma infração administrativa, mas pode configurar crimes eleitoral e financeiro, incluindo apropriação indébita, falsidade ideológica e possível lavagem de dinheiro. O caso demanda máxima atenção do Ministério Público.


O Pedido de Contribuição: Uma Enganação Oficializada
A carta assinada por Terezinha Ricardo do Nascimento, presidente estadual do Avante, tenta conferir um tom de formalidade à solicitação de doação. O documento fala em “honestidade e transparência”, garantindo que uma planilha de despesas seria enviada mensalmente para os diretórios municipais.
Entretanto, a própria carta expõe o crime: os recursos são direcionados à empresa RRE Máquinas e Equipamentos Ltda, ao invés de serem destinados à conta oficial do partido. A ilegalidade fica ainda mais evidente ao determinar que os comprovantes de pagamento sejam enviados diretamente ao WhatsApp pessoal de Rodrigo Michalski Simão, um procedimento completamente informal e incompatível com as boas práticas de gestão financeira partidária. O texto da carta é um verdadeiro atestado de irregularidade:
“O pagamento deve ser realizado via PIX para a chave avantesconsultoria70@gmail.com no nome de RRE Máquinas e Equipamentos LTDA. O comprovante deve ser enviado ao WhatsApp do Senhor Rodrigo Michalski Simão.”
O Avante em São José: Um Partido a Serviço de Quem?
Rodrigo Michalski Simão, além de comandar o Avante em São José, foi um dos apoiadores da candidatura de Adeliana Dal Pont (PL) na última eleição municipal. Diante desse escândalo financeiro, paira dúvidas sobre o uso de verbas anteriormente recebidas pelo partido.

A reportagem fez a checagem e verificou que o CNPJ informado no ecrã do aplicativo bancário corresponde ao nome de RRE Máquina e Equipamentos Ltda confirmando que as doações acabam destinadas a uma empresa privada.
A Crise de Moralidade dos Partidos Políticos no Brasil
Os partidos políticos no Brasil já são vistos com desconfiança pela população, mas o Avante de Santa Catarina se supera ao transformar sua arrecadação completamente ao arrepio da lei.
A falta de transparência e o desvio de finalidades revelam o abismo moral e ético que domina a política nacional. O que deveria ser uma instituição de representação popular se tornou um balcão de negócios privados, onde dirigentes partidários tratam doações como caixa pessoal.
O mais grave é que esse caso pode ser apenas a ponta do iceberg. Quantos outros partidos seguem práticas semelhantes? Quantos outros políticos utilizam o dinheiro de doações para financiar interesses particulares?
– Para onde estão indo as contribuições
recebidas pelo Avante ?
– Para Onde Vai o Dinheiro?
A reportagem apurou que a RRE Máquinas e Equipamentos Ltda, também conhecida como Gôndolas Brasil, tem atuação comercial, mas sua relação com o Avante é nebulosa. O desvio de contribuições para uma conta empresarial pode configurar crime eleitoral e precisa ser investigado urgentemente pelas autoridades competentes.
Se as doações tivessem uma destinação legítima, o dinheiro estaria sendo encaminhado para uma conta bancária oficial do partido, com prestação de contas pública e auditável. No entanto, o que se vê é um esquema onde os fundos partidários são drenados para uma empresa privada ligada a um dos dirigentes.
Diante desse cenário, a Justiça Eleitoral e o Ministério Público precisam agir com urgência para investigar esse esquema. Caso se comprove a irregularidade, há implicações legais severas, que podem ir desde multas pesadas até a cassação do diretório estadual e a inelegibilidade dos envolvidos.
A Política Como Fundo de Negócios
O escândalo do Avante em Santa Catarina é mais uma prova de que partidos políticos são frequentemente utilizados como instrumentos para enriquecer seus dirigentes. O eleitor brasileiro segue como espectador de um jogo sujo, onde os interesses públicos são deixados de lado em prol de esquemas particulares.
A política deveria ser o meio para transformar a sociedade, mas continua sendo tratada como um grande balcão de negócios escusos. O Avante de Santa Catarina acaba de se tornar mais um capítulo vergonhoso nessa história.
Texto:
Rogerio Schneider
Editor do Expresso News

