Santa Catarina marcou presença em um dos maiores eventos sobre meio ambiente do país: a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente. Florianópolis, com representantes da Educação e da Floram, levou contribuições práticas e propostas estruturantes para fortalecer a educação ambiental no Brasil.

O encontro reuniu profissionais de diversas regiões para discutir como adaptar escolas e políticas públicas frente à emergência climática. Entre os destaques, a proposta catarinense de um currículo focado no papel dos oceanos no equilíbrio do planeta.
Protagonismo de Florianópolis na Educação Ambiental
A equipe de Florianópolis participou ativamente dos grupos de trabalho do eixo “Governança e Educação Ambiental”. Foram defendidas ações como a institucionalização das Escolas do Mar, núcleos que apoiam o ensino sobre o ambiente marinho-costeiro e a relação do ser humano com o oceano.
A proposta visa criar bases sólidas para o que especialistas vêm chamando de currículo azul. O documento recomenda a inclusão da cultura oceânica no ensino formal em todo o país, considerando o papel vital do oceano na estabilização climática e no fornecimento de recursos naturais.

Emergência climática como desafio pedagógico
A emergência climática deixou de ser tema apenas de conferências científicas e passou a fazer parte do cotidiano escolar. As enchentes, ondas de calor e alterações nos ecossistemas exigem que estudantes compreendam os fenômenos com base científica e senso de responsabilidade.
Dados do IPCC indicam que eventos extremos ligados ao clima aumentaram em frequência e intensidade, afetando diretamente comunidades escolares em áreas costeiras. O currículo azul proposto parte dessa constatação e propõe um novo olhar pedagógico voltado à adaptação e mitigação dos impactos ambientais.
Integração entre políticas públicas e formação docente
O sucesso de ações como o currículo azul depende da formação continuada dos educadores. O grupo de Florianópolis apontou a necessidade de investimentos estruturais, com equipes técnicas capacitadas e suporte institucional.

A experiência da Escola do Mar reforça esse ponto. Desde sua criação, o projeto oferece oficinas, saídas de campo e ações de ciência cidadã que ampliam a percepção dos professores e alunos sobre o território e os ecossistemas marinhos. Essa vivência prática fortalece o processo de aprendizagem e o engajamento da comunidade escolar.
Educação ambiental como eixo de governança climática
A governança ambiental foi um dos eixos da conferência. O debate revelou que, para além das ações pedagógicas, é urgente consolidar políticas públicas que garantam a permanência das iniciativas de educação ambiental. O papel das prefeituras nesse processo é estratégico, especialmente em regiões costeiras.

Propostas como a moção aprovada na conferência visam garantir que as ações de educação ambiental não fiquem à margem dos planos de governo. Elas devem integrar o planejamento urbano, a política educacional e as ações de enfrentamento à emergência climática.
Rede estadual fortalece atuação conjunta
A presença de profissionais de outros municípios catarinenses — como Bombinhas e Governador Celso Ramos — reforçou o trabalho em rede desenvolvido em Santa Catarina. O intercâmbio de experiências fortaleceu o debate técnico e evidenciou a importância de políticas públicas regionalizadas.
Essa atuação conjunta tem sido coordenada em parte pelo Grupo de Trabalho de Educação Ambiental da Região Hidrográfica 08, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e a Unesco. O envolvimento de consultores especializados e gestores locais contribui para articular ações consistentes no território.
• SC propôs inclusão do oceano no currículo escolar formal
• Encontro debateu soluções frente à crise ambiental nas escolas
• Formação de professores e políticas públicas foram temas centrais
• Escola do Mar se destacou como modelo prático de ensino ambiental
• Rede catarinense fortalece políticas locais com base científica