Assinado nesta segunda-feira (19), o convênio entre a Prefeitura de Florianópolis e o Ministério das Cidades marca o início da implantação do sistema BRT na capital. A cerimônia ocorre às 10h e garante a liberação de R$ 159 milhões pelo Programa de Aceleração do Crescimento.
O projeto cobre dois trechos de corredores exclusivos e inclui a adaptação da avenida Mauro Ramos. A proposta prevê nove estações e 20 abrigos, com execução escalonada ao longo de três anos, após licitação e revisão técnica.
Corredores exclusivos e integração com o centro da cidade
O trecho inicial do sistema, entre o TITRI e o Saco dos Limões, busca atender áreas com elevado fluxo diário. O traçado acompanha vias próximas à Universidade Federal de Santa Catarina e cruza bairros densamente povoados.

A proposta de requalificação da avenida Mauro Ramos, com seus 2,67 km, serve de ligação entre o centro e a Beira-mar Norte, articulando o eixo leste com os principais pontos da cidade. A reconfiguração da via inclui a exclusão de faixas para automóveis e inserção de infraestrutura específica para os ônibus articulados.
Alta capacidade e velocidade como pilares do sistema BRT
O conceito de Bus Rapid Transit se baseia na separação física entre ônibus e carros. Com isso, o sistema consegue operar com maior velocidade média e menor tempo de parada. Veículos articulados, estações pré-pagas e embarque em nível facilitam o fluxo de passageiros.
De acordo com o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, cidades que adotaram o BRT verificaram aumento na satisfação dos usuários, além de ganhos operacionais e menor emissão de poluentes por passageiro transportado.
Impacto direto na mobilidade urbana da capital
A implantação do BRT altera a dinâmica de deslocamento ao criar um eixo de mobilidade de alta eficiência. A expectativa técnica é de que o novo sistema desafogue os corredores mais congestionados e estimule a troca do carro pelo transporte coletivo.
Mesmo com a necessidade de desapropriações em parte do trajeto, o impacto positivo sobre a fluidez viária e o tempo de deslocamento deve compensar as intervenções. A experiência de Curitiba, Bogotá e Belo Horizonte oferece referências para o modelo em construção.
Infraestrutura visa conforto e segurança do usuário
O projeto prevê estações fechadas com controle de acesso, telhados termoacústicos e painéis de informação. Os abrigos receberão iluminação, cobertura lateral e suporte para acessibilidade universal. Todos os elementos devem seguir a legislação de mobilidade urbana e normas técnicas da ABNT.
A modernização desses pontos busca criar uma experiência de embarque mais segura e eficiente, com redução de tempo de espera e proteção contra as intempéries. A instalação de sistemas digitais integrados deve ampliar o controle operacional do sistema.
Licitação pública encerra fase preparatória do projeto
Após a assinatura do convênio, o próximo passo envolve a revisão técnica do projeto com a empresa contratada. Em paralelo, a documentação segue para a Caixa Econômica Federal, que avaliará a conformidade antes do lançamento da licitação.
A estimativa é de que a licitação ocorra entre seis e oito meses, com início das obras logo após. Durante esse período, o município deverá intensificar a comunicação com a população sobre desvios temporários, obras noturnas e prazos de execução por etapa.
Pontos principais
- Florianópolis assina convênio para dar início ao BRT com verba federal
- Trechos iniciais cobrem 5,2 km entre TITRI e Saco dos Limões
- Avenida Mauro Ramos será adaptada com faixa exclusiva de ônibus
- Infraestrutura terá nove estações modernas e 20 novos abrigos
- Obras devem começar após licitação prevista para até oito meses