O futuro das cidades entrou em pauta neste sábado (28), quando São José realizou a etapa municipal da 6ª Conferência Nacional das Cidades, na sede da AEMFLO. Participantes de diferentes setores discutiram propostas e definiram representantes para a fase estadual, com o objetivo de influenciar diretrizes nacionais de desenvolvimento urbano.
Temas como habitação, mobilidade e meio ambiente dominaram os grupos de trabalho. O município avança no diálogo participativo, abrindo caminho para políticas públicas mais conectadas à realidade da população e às exigências de sustentabilidade.

Evento reúne setores diversos da comunidade
O espaço democrático construído durante a conferência permitiu a exposição de diferentes perspectivas sobre os desafios enfrentados por São José. Entre os presentes estavam arquitetos, empresários, ambientalistas e lideranças populares. A palestra inicial trouxe reflexões sobre cidades resilientes e adaptáveis diante das mudanças climáticas e do crescimento desordenado.
O evento seguiu com debates técnicos e compartilhamento de experiências. Participantes apontaram a necessidade de descentralização das decisões e de mais investimento em instrumentos de planejamento urbano, como os planos diretores e os conselhos municipais.
Propostas refletem demandas reais do município
Sete propostas se destacaram por responder diretamente às necessidades apontadas pela população. Em habitação, o foco recaiu sobre soluções para déficit habitacional e ocupações precárias. No campo da mobilidade, a preocupação com o tempo de deslocamento e a baixa eficiência do transporte público pautou as sugestões.
Na área ambiental, houve consenso quanto à urgência de proteção de nascentes e ampliação das áreas verdes. Já no saneamento, as críticas à baixa cobertura de esgoto impulsionaram propostas de investimento em redes e estações de tratamento, com base em indicadores do IBGE e da ANA que apontam desigualdades no acesso aos serviços.
Representatividade amplia legitimidade das decisões
A eleição dos delegados seguiu critérios de representatividade e paridade entre segmentos. A composição incluiu vozes historicamente sub-representadas, como lideranças de movimentos populares e representantes de ONGs ambientais. Essa diversidade confere legitimidade às decisões tomadas e fortalece o vínculo entre comunidade e poder público.

A pluralidade de perfis na delegação de São José poderá impactar positivamente nas deliberações da conferência estadual, garantindo que os interesses do município sejam defendidos com consistência e legitimidade técnica e social.
Instrumentos participativos ganham força em São José
A conferência reforçou a importância de mecanismos como audiências públicas, conselhos participativos e orçamento cidadão. Esses instrumentos, segundo o Instituto Polis, aumentam a transparência e a eficiência da gestão urbana. A metodologia aplicada em São José priorizou o diálogo e o consenso como formas de construir soluções duradouras.
Com esse processo, a cidade demonstra que a transformação urbana exige mais que obras e planos técnicos: requer escuta, empatia e decisões compartilhadas.
Próxima etapa acontece em agosto, na capital
- Etapa municipal da conferência ocorreu em 28 de junho na AEMFLO
- Participaram representantes de diversos segmentos sociais
- Propostas focaram habitação, transporte, meio ambiente e saneamento
- Delegação eleita inclui servidores, líderes comunitários e empresários
- Conferência estadual será realizada em agosto, em Florianópolis