O Sul da Ilha de Florianópolis passa por um momento decisivo com a liberação da Licença Ambiental Prévia para a construção do primeiro Sistema de Esgotamento Sanitário (SES). A estrutura, planejada pela Casan, cobrirá os bairros da Armação e do Pântano do Sul, região que até hoje não dispunha de coleta e tratamento públicos.
Com previsão de investimento de R$ 65 milhões, o sistema atenderá cerca de 15 mil moradores até 2037, impactando diretamente a saúde coletiva, a balneabilidade e o desenvolvimento local. A iniciativa reflete um avanço estratégico para a universalização do saneamento na capital catarinense.

Licença ambiental e viabilidade do projeto
A emissão da Licença Ambiental Prévia pela Floram sinaliza a viabilidade técnica e ambiental da obra, estabelecendo condições para sua implantação. Essa etapa funciona como marco regulatório, pois define critérios que permitem reduzir impactos ambientais e garantir equilíbrio entre a expansão urbana e a proteção dos ecossistemas.
Dados técnicos confirmam a capacidade de operação com vazão média de 30 litros por segundo e máxima de 45 litros por segundo, números que sustentam o atendimento projetado até 2037. O dimensionamento busca acompanhar o crescimento populacional da região.
Impacto na saúde pública e meio ambiente
O tratamento adequado do esgoto tende a reduzir doenças de veiculação hídrica, hoje associadas ao despejo irregular em solos e cursos d’água. Ao controlar a contaminação, a obra se converte em política preventiva de saúde coletiva.
Estudos na área de saneamento demonstram que cada real investido em redes de coleta e tratamento retorna em até quatro vezes em economia para o sistema de saúde. No Sul da Ilha, onde a balneabilidade das praias compõe parte da economia local, os efeitos se ampliam.

Expansão da cobertura de saneamento em Florianópolis
Entre 2022 e 2025, a cobertura de esgoto na cidade avançou 14%, alcançando 68,13% do território urbano. O aporte de R$ 575 milhões em obras permitiu acelerar frentes estratégicas, e o Sul da Ilha aparece agora como prioridade.
O esforço articulado entre Governo do Estado, Prefeitura e Casan marca uma reconfiguração da política pública, direcionada para áreas historicamente menos assistidas. O Sul, em especial, vinha enfrentando obstáculos técnicos e burocráticos para receber a rede.
Efeitos urbanísticos e valorização local
O novo sistema tende a valorizar a infraestrutura urbana de Armação e Pântano do Sul, com reflexos diretos no setor imobiliário e turístico. Regiões que sofriam com restrições para licenciamentos poderão contar com condições mais seguras para novos empreendimentos.
Ao mesmo tempo, medidas de mitigação ambiental, como a instalação de cortina verde no entorno da estação, visam minimizar os impactos da obra e preservar a paisagem costeira.
Universalização como meta
O projeto se integra à meta de universalização do esgoto em Florianópolis, meta já inserida no planejamento estratégico da cidade e em consonância com as diretrizes nacionais de saneamento básico. A chegada do sistema ao Sul da Ilha consolida a perspectiva de avanço contínuo até atingir 100% de cobertura.
- Licença Ambiental Prévia emitida pela Floram garante início das obras
- Investimento de R$ 65 milhões previsto até 2037