Florianópolis abriu oficialmente o Agosto Lilás com o anúncio de um novo Espaço Acolher no Norte da Ilha. O serviço, que será implantado junto ao Multihospital da região, oferecerá escuta qualificada e encaminhamento para mulheres vítimas de violência. A iniciativa amplia a rede já existente, que conta com unidades no Sul da cidade e atendimentos especializados em outras frentes.
Durante a cerimônia realizada na quarta-feira (6), foram apresentados dados sobre os atendimentos realizados e divulgada a programação completa do mês, que inclui ações educativas e rodas de conversa em várias regiões da capital.

Violência psicológica ganha protagonismo nas ações
A edição 2025 da campanha Agosto Lilás propõe um alerta direto: a violência psicológica precede e sustenta outros tipos de agressão. Relatórios recentes do Ministério da Mulher e do Instituto Maria da Penha indicam que essa violência, apesar de menos visível, está presente em quase 70% dos relatos de vítimas de abuso.
Identificar sinais como manipulação, controle emocional, culpa constante e distorção da realidade exige treinamento técnico e investimento em políticas públicas. Florianópolis concentra esforços em capacitar profissionais para esse tipo de atendimento, conectando assistência social, saúde mental e segurança pública.
Zena Becker destaca ampliação da rede de acolhimento feminino
Durante o lançamento, Zena Becker apresentou os principais serviços disponíveis para mulheres em situação de risco no município. A secretária detalhou o funcionamento do Espaço Acolher e reforçou o papel de articulação entre os diversos pontos da rede: CREMV, Casa de Acolhimento, CRAS, CCFV e as equipes de saúde da família.
Ela pontuou que o novo espaço funcionará como porta de entrada para uma rede que se fortalece com dados, capacitação contínua e estratégias de acolhimento humanizado. “A mulher que sofre violência precisa de mais que uma denúncia: ela precisa de um caminho. E é isso que oferecemos com essa estrutura”, afirmou Becker.

Programação envolve todas as regiões da capital
A agenda de ações anunciada pela prefeitura envolve intervenções em espaços públicos, palestras comunitárias e atividades voltadas a públicos diversos. O objetivo central está em promover o debate aberto sobre as múltiplas formas de violência e oferecer ferramentas de enfrentamento.
Entre os destaques, estão oficinas de autodefesa e orientação financeira para mulheres em situação de vulnerabilidade, capacitação de servidores municipais e dinâmicas com adolescentes nas escolas da rede pública. Todas as atividades contam com apoio técnico e parceria com entidades civis e órgãos estaduais.
Rede de proteção aposta em continuidade e integração
O modelo adotado por Florianópolis integra atendimento emergencial, escuta ativa e articulação com a rede jurídica e de saúde. O CREMV segue como eixo central do suporte psicológico e jurídico, enquanto a Casa de Acolhimento mantém um sistema de proteção física com atendimento multidisciplinar.
O novo Espaço Acolher vem consolidar essa proposta, atuando em pontos estratégicos da cidade e reduzindo a distância entre a mulher em situação de risco e o atendimento necessário. Com isso, a capital catarinense reforça o papel da gestão pública no combate à violência de gênero com base em dados, capacitação e atenção territorial.
- Novo Espaço Acolher será instalado no Norte da Ilha
- Campanha de 2025 prioriza combate à violência psicológica
- Zena Becker detalha serviços de atendimento e proteção à mulher
- Atividades ocorrerão em CRAS, escolas, comércio e espaços comunitários
- Rede de apoio atua com atendimento psicológico, jurídico e abrigo seguro