Um grave acidente ocorrido no km 233 da BR-101, em Palhoça (SC), resultou em um incêndio de grandes proporções após o tombamento de uma carreta carregada com etanol. O incidente, que aconteceu no domingo (6), deixou cinco pessoas feridas e destruiu 24 veículos, causando a interdição total da rodovia por aproximadamente 16 horas.
A investigação sobre as causas do acidente está em andamento, com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) elaborando um Laudo Pericial de Acidente de Trânsito (LPAT). A complexidade do caso, somada à destruição do tacógrafo pelo fogo, torna necessária uma análise minuciosa dos vestígios encontrados no local.
O impacto do incêndio na BR-101
O tombamento da carreta transportando etanol ocorreu por volta das 13h37 de domingo, transformando rapidamente um acidente de trânsito em uma emergência de grandes proporções. As chamas se espalharam velozmente pela pista, atingindo outros veículos que trafegavam pela rodovia.

O motorista da carreta e uma passageira sofreram queimaduras graves, necessitando de atendimento médico imediato. Outras três pessoas ocupantes de veículos próximos apresentaram queimaduras principalmente nos membros superiores e inferiores, conforme relatado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC).
A rodovia permaneceu totalmente interditada até as 5h da segunda-feira, gerando filas que chegaram a 19 quilômetros em ambos os sentidos.
Desafios da investigação técnica
A análise das causas do acidente representa um grande desafio para os peritos da PRF. A cabine do caminhão-tanque foi completamente destruída pelas chamas, eliminando o tacógrafo, equipamento que registra dados cruciais como velocidade e tempo de condução.
Segundo especialistas em perícia de acidentes rodoviários, a reconstrução de eventos dessa magnitude exige a utilização de técnicas avançadas de engenharia forense. A professora Karolina Mendes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) explica que “sem o tacógrafo, os peritos precisam recorrer à análise de marcas na pista, deformações nos veículos e até mesmo simulações computadorizadas para estimar condições como velocidade e trajetória”.

A perícia deverá considerar fatores como condições da via, visibilidade, possíveis falhas mecânicas e comportamento do condutor, construindo um panorama completo que permita entender como o acidente se desenvolveu.
Mobilização de equipes de emergência
A magnitude do acidente mobilizou um grande contingente de profissionais de diversas instituições. O CBMSC deslocou equipes de São José, Palhoça, Garopaba, Imbituba e Pinheira, envolvendo 36 bombeiros militares e comunitários, seis caminhões e uma ambulância.
O trabalho foi realizado em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar, Defesa Civil, SAMU e a concessionária Arteris Litoral Sul. Esta última disponibilizou três ambulâncias e três guinchos para atendimento à ocorrência.
As equipes de resposta enfrentaram o desafio adicional do risco elevado devido à presença de substâncias inflamáveis, realizando não apenas o combate ao incêndio principal, mas também o controle dos focos residuais nas cargas dos caminhões afetados.
O debate sobre a infraestrutura do Morro dos Cavalos
O acidente reacendeu discussões sobre a segurança da infraestrutura viária no trecho conhecido como Morro dos Cavalos. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, manifestou-se publicamente cobrando uma solução definitiva para esse ponto crítico da rodovia federal.
“O governo federal precisa resolver essa pendenga que tem com Arteris, que é a construção de um túnel. Eu sei que é caro, que custa R$ 1,2 bilhão. Agora, o que não pode é Santa Catarina continuar sendo prejudicada pela falta desse túnel”, declarou o governador.
Uma pesquisa conduzida pelo Departamento de Engenharia de Transportes da UFSC identificou que o trecho do Morro dos Cavalos figura entre os dez pontos mais críticos da BR-101 em Santa Catarina, apresentando uma taxa de acidentes 40% superior à média nacional para rodovias federais de características semelhantes.
- O acidente envolveu uma carreta carregada com etanol que tombou no km 233 da BR-101, causando um incêndio que atingiu outros 24 veículos.
- Cinco pessoas ficaram feridas com queimaduras, incluindo o motorista da carreta e uma passageira.
- A rodovia ficou interditada por aproximadamente 16 horas, gerando filas de até 19 km.
- A perícia da PRF enfrenta desafios na investigação devido à destruição do tacógrafo pelo fogo.
- O governador Jorginho Mello cobrou a construção de um túnel no valor de R$ 1,2 bilhão como solução definitiva para o trecho.

