A quarta-feira (14) começou com uma ofensiva contra o comércio clandestino de fios em Florianópolis. Em mais uma etapa da Operação Fio Desencapado, um ferro-velho localizado no bairro Ingleses foi alvo de mandados de busca. O local armazenava fios de cobre furtados, armas de fogo e drogas.
As ações integram o esforço da Prefeitura e órgãos de segurança para frear crimes que têm afetado a infraestrutura urbana e gerado risco direto à população. Com prisões e apreensões relevantes, a operação amplia a repressão à receptação, elo-chave na cadeia dos furtos de fios metálicos.

Furtos de fios causam danos técnicos e prejuízo coletivo
Os furtos recorrentes de cabos metálicos já comprometeram diversos trechos da rede elétrica e da iluminação pública da capital. Em muitos casos, as interrupções prolongadas no fornecimento de energia e no funcionamento de semáforos derivaram diretamente desses crimes.
Com base em informações da Celesc e da COSIP, estima-se que o prejuízo acumulado por reposições e manutenções emergenciais tenha superado cifras consideráveis. O problema afeta não só cofres públicos, mas expõe moradores a perigos, como falhas na iluminação e riscos elétricos.
Material apreendido confirma vínculos com furtos na rede pública
Durante a operação, os agentes apreenderam 3,5 toneladas de fios de cobre, alguns ainda com marcas de identificação de empresas públicas. A análise técnica comprovou que grande parte do material se originava de redes de iluminação urbana e telecomunicações, reforçando o nexo com crimes anteriores.

Dois hidrômetros também foram encontrados no local, ampliando o escopo das investigações para outros tipos de furtos de equipamentos urbanos. O envolvimento direto de receptadores fortalece o argumento das autoridades de que atacar o ponto final do comércio ilegal é vital para interromper toda a cadeia.
Falta de documentação levou ao fechamento de estabelecimentos
As equipes de fiscalização encontraram falhas administrativas graves. Um dos comércios já havia sido notificado por falta de alvará e operava em situação irregular há meses. A reincidência levou ao fechamento definitivo, com autuação administrativa e penal.

A ausência de licenciamento e a descoberta de materiais ilícitos reforçaram a gravidade do caso. A Vigilância Sanitária, a Floram e técnicos das empresas prestadoras de serviço atuaram de forma coordenada para levantar provas e subsidiar a atuação do Ministério Público nas próximas fases do processo.
Autoridades reforçam ações integradas no combate à criminalidade
A vice-prefeita e secretária de Segurança Pública de Florianópolis, Maryanne Mattos, declarou que a repressão ao comércio ilegal de fios não será pontual. A estratégia envolve o mapeamento de receptadores e a atuação preventiva com inteligência policial.
A GMF e a Polícia Civil planejam ampliar o monitoramento em outros bairros da cidade. A proposta passa pela integração de dados sobre furtos, denúncias da população e ações de campo, com prioridade para regiões com alta reincidência de crimes contra a infraestrutura urbana.