Um discurso carregado de críticas
Durante a abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU, Lula apresentou um discurso firme e direto. Ele criticou duramente a postura dos Estados Unidos e de outras potências do Norte global, argumentando que suas políticas externas e econômicas prejudicam países em desenvolvimento.
O presidente brasileiro apontou que o mundo vive um momento de instabilidade, em parte causada por decisões tomadas unilateralmente por países ricos, que priorizam seus interesses em detrimento da coletividade.

Responsabilidade histórica do Norte global
Lula destacou a responsabilidade histórica das nações industrializadas na degradação ambiental e na exploração de recursos naturais. Ele afirmou que os países que se beneficiaram durante séculos de um modelo econômico baseado na desigualdade agora têm a obrigação de financiar a transição ecológica e social.
Segundo ele, a crise climática não pode ser resolvida apenas com discursos ou promessas vazias, mas com investimentos concretos que cheguem às comunidades mais afetadas.
Conflitos globais e a necessidade de diálogo
Ao falar sobre segurança internacional, Lula criticou a escalada de conflitos e a falta de mecanismos eficazes de prevenção. Ele afirmou que a política externa baseada na força militar, muitas vezes liderada pelos Estados Unidos, não gera soluções duradouras.
O presidente defendeu que a ONU assuma um papel central na mediação de conflitos, substituindo a lógica de confrontação pela do diálogo e da diplomacia.
Reformando o Conselho de Segurança
Um dos pontos mais fortes do discurso foi a defesa da reforma do Conselho de Segurança da ONU. Lula argumentou que a atual composição é obsoleta e não reflete a realidade geopolítica contemporânea.
Ele sugeriu a inclusão de países emergentes como membros permanentes, permitindo decisões mais representativas e evitando que interesses de poucos países bloqueiem avanços necessários.
Críticas à política econômica dos EUA
Lula também abordou os impactos negativos das políticas econômicas norte-americanas no cenário internacional. Citou como exemplo as sanções unilaterais, que prejudicam economias frágeis e dificultam a cooperação global.
Para o presidente, essas medidas ampliam desigualdades e impedem que países do Sul global alcancem um desenvolvimento sustentável.
Brasil como voz do Sul global
O discurso também apresentou o Brasil como uma voz ativa na defesa do Sul global. Lula afirmou que o país está comprometido com a construção de uma ordem internacional baseada na justiça social, no respeito mútuo e na solidariedade.
Ele reforçou a importância de alianças regionais e globais para enfrentar desafios como a fome, a pobreza e a crise climática.
Chamado à ação coletiva
Encerrando sua fala, Lula fez um apelo para que líderes mundiais abandonem interesses individuais e trabalhem por um futuro coletivo. Ele defendeu que apenas com ações coordenadas será possível enfrentar os problemas que ameaçam a humanidade.
“A história nos julgará pela nossa capacidade de agir juntos”, concluiu.