Uma operação integrada foi realizada em São José na quinta-feira, 3 de julho, para coibir o comércio ilegal de fios elétricos. Denominada Alta Tensão, a ação reuniu diversas forças de segurança e fiscalização, com foco em reciclagens do bairro Forquilinha.
A movimentação faz parte de um esforço coordenado para romper a cadeia criminosa do furto e da receptação de fios na Grande Florianópolis. Dois estabelecimentos inspecionados foram notificados e receberam prazo para ajustar pendências.
Cadeia do crime começa na receptação
Reprimir a ponta do comércio ilegal de fios passa por atuar sobre os receptadores. As empresas que compram sem exigir nota ou comprovação de origem alimentam a criminalidade urbana. A operação identificou irregularidades no cadastro e na documentação exigida por lei.
Um dos locais vistoriados não apresentou alvará vigente. Outro demonstrava inconsistências nos registros obrigatórios. A equipe optou por notificar e orientar, visando a regularização dentro de um período estipulado.
Integração institucional garante efetividade
A complexidade da operação exigiu que cada órgão participante contribuísse com sua expertise. Enquanto a Celesc forneceu dados técnicos e relatórios de perda, a SUSP e a Fiscalização de Posturas analisaram a regularidade administrativa das empresas. A Guarda Municipal e a Polícia Militar atuaram nas abordagens e checagem de antecedentes.
Segundo o comandante da Guarda Municipal, Diego Molina, as ações não se limitam à documentação, mas verificam a existência de fios queimados, cortados ou em condição suspeita, características associadas ao furto. A vistoria cruzada aumenta a chance de detectar irregularidades.
Prejuízos sociais e financeiros impulsionam medidas
Além do valor de revenda do cobre, o furto de cabos provoca pane em redes públicas e privadas. Iluminação de ruas, serviços de saúde e funcionamento de escolas sofrem interrupções diretas com esses crimes. Os custos de reposição impactam os cofres públicos e geram aumento de tarifas e tributos.
Estudos técnicos da Celesc estimam que cada metro de cabo perdido pode custar de três a cinco vezes mais na reposição do que no valor de mercado. Essa diferença inclui mão de obra, deslocamento e perda de produtividade.
Ações continuarão com foco nos reincidentes
Segundo o secretário Michael Rosanelli, São José seguirá com ações de impacto. As futuras operações focarão em denúncias e reincidências. Empresas flagradas em situação irregular estarão sujeitas a sanções administrativas, interdições e, nos casos mais graves, responsabilização criminal.
A ação reforça a ideia de que reciclagem legal é aliada do meio ambiente e da economia, mas não pode servir de fachada para práticas ilícitas. Garantir legalidade significa também proteger o espaço urbano e a população que depende dele.
- Operação integrou Celesc, Polícia, Bombeiros, Urbanismo e SUSP
- Dois estabelecimentos inspecionados por venda suspeita de fios
- Receptação ilegal prejudica iluminação pública e redes essenciais
- Documentos irregulares motivaram notificações com prazo de 15 dias
- Ações futuras priorizarão reincidência e denúncias recebidas pela Prefeitura
