O Maio Laranja gerou ampla mobilização nas escolas estaduais de Santa Catarina, com foco no combate ao abuso e à exploração sexual infantil. Durante todo o mês, unidades da rede pública promoveram atividades de escuta, reflexão e prevenção com participação direta de estudantes e professores.
As ações integradas com órgãos de proteção deram visibilidade a um tema ainda marcado pelo silêncio. A campanha ampliou a confiança entre escola e comunidade, reforçando o papel da educação como espaço de proteção e cidadania.
Escolas públicas tornam o combate ao abuso uma prática educativa
O envolvimento das escolas estaduais não se limitou à distribuição de materiais. Cada unidade desenvolveu ações próprias com base em suas realidades, o que garantiu maior impacto local. A estratégia buscou traduzir o tema do abuso infantil em linguagem acessível, sem perder a seriedade necessária.

A parceria com profissionais da saúde e da assistência social tornou os debates mais qualificados e acolhedores. Muitas escolas contaram com a presença de psicólogos e assistentes sociais durante rodas de conversa e oficinas.
Produção de conteúdo pelos estudantes engaja e educa
Alunos de diferentes faixas etárias se envolveram ativamente na campanha. Alguns criaram vídeos para redes sociais da escola, outros elaboraram cartazes, folders e peças de teatro. A abordagem criativa fortaleceu a fixação das mensagens e permitiu que os jovens falassem entre si sobre o tema.
A liberdade de expressão garantida dentro do ambiente escolar estimulou relatos importantes, que em algumas situações revelaram sinais de alerta. A escuta acolhedora fez diferença no acolhimento e encaminhamento de possíveis casos.
Equipe NEPRE articula e monitora ações nas unidades escolares
Com atuação estratégica e estrutura descentralizada, o NEPRE ofereceu formação, materiais de apoio e suporte psicopedagógico. Em casos mais complexos, a equipe acionou diretamente os órgãos de proteção para garantir atendimento imediato às vítimas.
O trabalho do NEPRE também se estendeu ao acompanhamento de projetos locais, com visitas técnicas às escolas e coleta de relatos sobre o impacto das ações. A iniciativa segue uma lógica de prevenção contínua, e não pontual.
Aspectos técnicos orientam abordagem em sala de aula
A formação dos professores incluiu capacitação com base em evidências científicas sobre comportamento de vítimas e estratégias de intervenção precoce. Estudos citados nas formações mostram que crianças em situação de abuso apresentam mudanças sutis, como queda no rendimento, isolamento e agressividade.
Ao reconhecer esses sinais, o professor se torna elo fundamental entre o estudante e a rede de proteção. Por isso, a campanha focou na capacitação emocional e técnica do corpo docente.

Campanha avança ao considerar o contexto das comunidades
Unidades escolares situadas em regiões com altos índices de vulnerabilidade adaptaram a abordagem ao perfil da comunidade. Em algumas localidades, ações ocorreram em parceria com lideranças locais e associações de bairro, ampliando o alcance das mensagens.
Esse cuidado com o contexto cultural permitiu que a campanha se tornasse mais efetiva. Relatos de diretores indicam que, em muitos casos, o envolvimento das famílias resultou em novos canais de apoio e escuta.
• Escolas desenvolveram ações conforme a realidade de suas comunidades
• Estudantes participaram ativamente com produções e expressões artísticas
• NEPRE garantiu suporte e articulação com serviços de proteção
• Professores foram capacitados com base em dados científicos sobre prevenção
• Comunidade foi envolvida para ampliar a rede de cuidado e denúncia