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Brasil atinge novo recorde de inadimplência em abril

O Brasil superou a marca de 70 milhões de inadimplentes em abril. Atingindo 42,36% da população adulta, o dado representa o maior índice já registrado pelo SPC Brasil.

Mesmo com queda no desemprego e alta na renda, a inadimplência avança. Altos custos de vida, crédito caro e orçamento apertado expõem um cenário econômico fragilizado.

Brasil atinge novo recorde de inadimplência em abril
Mais de 70 milhões de brasileiros estão inadimplentes; dívida média ultrapassa R$ 4,6 mil.

Inadimplência afeta mais de quatro em cada dez adultos

Com 70,29 milhões de negativados, o país testemunha o maior volume da série histórica desde que os dados começaram a ser registrados. O aumento de 4,59% frente a abril de 2024 reforça que a retomada da economia ainda não alivia o bolso do consumidor.

O indicador anual de inadimplência vem crescendo mês após mês. A inclusão de devedores com dívidas de 3 a 4 anos chama atenção: avanço de 46,43% neste grupo, o que aponta para um endividamento estrutural e prolongado.

Mulheres são maioria entre os devedores

Os números mostram um equilíbrio entre os sexos, com leve predominância feminina: 51,11% contra 48,89% de homens. A diferença sugere que, mesmo com maior escolaridade média, as mulheres enfrentam dificuldades no orçamento familiar, sobretudo como chefes de família.

A inadimplência entre mulheres costuma ter relação com dívidas de consumo cotidiano, enquanto nos homens predominam dívidas maiores, como crédito pessoal ou financiamento. Essa diferença de perfil é relevante para programas de renegociação ou educação financeira.

Pequenas dívidas, grandes problemas

Embora o valor médio da dívida seja de R$ 4.689,54, quase metade dos negativados tem débitos de até R$ 1.000. O acúmulo de pequenas contas em atraso gera um efeito bola de neve, em que juros e multas transformam dívidas simples em compromissos difíceis de quitar.

Do ponto de vista comportamental, a baixa capacidade de poupança impede a absorção de despesas inesperadas. Quando a margem é mínima, qualquer desequilíbrio — como uma doença, um conserto ou um desemprego breve — pode levar à inadimplência.

Sudeste e Norte concentram volume de dívidas

Embora o Centro-Oeste tenha o maior percentual de inadimplentes, as regiões Sudeste e Norte lideram em volume total de dívidas. No Sudeste, 8,16% de crescimento no número de dívidas revela a intensidade da crise em áreas urbanas mais densas.

No Norte, a alta foi de 8,65%. O dado sugere que o avanço do crédito, não acompanhado por políticas de educação financeira, contribui para o crescimento desordenado do endividamento. Há forte presença de dívidas bancárias em ambas as regiões.

Educação financeira e políticas públicas: caminhos urgentes

Especialistas do SPC Brasil alertam que combater a inadimplência exige muito mais do que campanhas pontuais. Uma política fiscal eficiente, controle inflacionário sem penalizar o crédito e a promoção de educação financeira são apontados como medidas indispensáveis.

A elevação constante da taxa Selic desestimula o consumo, mas não resolve o problema na base. Programas permanentes de renegociação com juros reduzidos e incentivo à formalização da renda podem frear o crescimento das dívidas nos próximos meses.

Renegociação e reeducação financeira como saída

Em muitos casos, as famílias conseguem reestruturar o orçamento com acesso a linhas de crédito mais baratas. Bancos públicos e cooperativas têm papel estratégico ao facilitar essa transição e criar modelos de negociação mais compatíveis com a realidade do consumidor médio.

Do ponto de vista técnico, renegociações que envolvem amortização dos encargos e parcelamentos compatíveis com a renda tendem a reduzir a reincidência da inadimplência. Incluir essa prática em políticas públicas pode trazer resultados mais sustentáveis ao longo do tempo.

• Brasil registra 70,29 milhões de inadimplentes em abril
• 43,65% das dívidas não passam de R$ 1.000
• Valor médio das dívidas é de R$ 4.689,54 por inadimplente
• Centro-Oeste tem maior percentual de adultos negativados
• Mulheres são maioria entre os devedores
• Inadimplência sobe 8,75% em um ano, aponta SPC Brasil

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