Durante buscas realizadas nesta terça-feira (13) por um homem desaparecido desde 2023, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHCap) localizou um corpo enterrado nas dunas da comunidade do Siri, em Florianópolis. A ação, que durou cerca de oito horas, contou com o apoio da Polícia Científica, Polícia Militar, Prefeitura da Capital e Acadepol.
O cadáver estava em estado avançado de decomposição. Segundo os peritos, o local apresentava projéteis de arma de fogo, o que pode indicar que a vítima tenha sido morta e enterrada ali no mesmo período do desaparecimento original investigado.

Retroescavadeira revela restos mortais ocultos há mais de um ano
A escavação das dunas foi possível com o uso de uma retroescavadeira fornecida pela prefeitura. A máquina permitiu o acesso a camadas profundas de areia que, a olho nu, não apresentavam qualquer indício de movimentação. A técnica de busca mecanizada tem sido adotada em casos onde há suspeita de ocultação de cadáver.
As autoridades ainda não confirmaram a identidade da vítima. A semelhança com o desaparecido procurado inicialmente foi descartada pelo delegado Ênio de Oliveira Mattos. A perícia irá comparar dados genéticos com bancos de DNA disponíveis, em um processo que pode levar semanas.
Ambiente dificulta o trabalho forense
A decomposição acelerada do corpo, causada pela umidade e calor presentes na região de dunas, compromete a análise visual dos restos mortais. Segundo especialistas da Polícia Científica, essas condições exigem o uso de métodos laboratoriais avançados, como espectrometria e análise isotópica, para reforçar a identificação e entender o tempo de morte.
Embora enterrado de forma improvisada, o corpo não apresentava sinais de tentativa de ocultação sofisticada, como envolvimento em lonas ou uso de cal. Essa característica pode indicar pressa na execução ou falta de planejamento. Balística forense será utilizada para avaliar a trajetória dos projéteis encontrados e identificar o tipo de armamento utilizado.
Investigação segue com cruzamento de dados e novos depoimentos
A DHCap continua a apurar o caso com base em informações colhidas em depoimentos anteriores e cruzamento de registros de desaparecidos. A operação no Siri foi planejada após a localização de vestígios indiretos sobre a possível presença de restos humanos na área, o que motivou a mobilização interinstitucional.
Não há até agora elementos que indiquem motivação específica para o crime, nem confirmação se a vítima tinha envolvimento com disputas locais ou histórico criminal. As investigações seguem sob sigilo para não comprometer futuras diligências. O caso passa a integrar a lista de homicídios com autoria desconhecida em análise na capital.