Mesmo com o cenário econômico nacional em ritmo moderado, Santa Catarina vem demonstrando pujança em diversos setores. A combinação entre aumento da renda, investimentos em infraestrutura e aquecimento do consumo manteve o estado na dianteira do crescimento nacional no início de 2025.
Os dados do IBGE mostram que a indústria, o comércio e os serviços catarinenses cresceram acima da média brasileira. A diversidade produtiva e a organização econômica local explicam por que o estado continua se destacando no cenário nacional.
Indústria catarinense mantém ritmo acelerado
A indústria de transformação respondeu por boa parte da expansão industrial em Santa Catarina no primeiro bimestre de 2025. Máquinas, equipamentos e produtos de metal lideraram a produção, com índices de crescimento superiores a 20%. Mesmo setores com menor protagonismo, como o têxtil e de madeira, acompanharam essa tendência positiva.

Segundo dados do IBGE, o desempenho industrial do estado chegou a 7,6%, enquanto o Brasil registrou apenas 1,4%. O cenário técnico revela uma cadeia produtiva integrada e altamente especializada, com destaque para o Vale do Itajaí e o Norte do estado.
Comércio varejista impulsionado pelo consumo das famílias
As vendas no comércio catarinense mostraram força em diversos segmentos. Vestuário, calçados, móveis, eletrodomésticos e produtos farmacêuticos puxaram o crescimento do varejo. O indicador estadual ficou em 7,2%, bem acima da média nacional de 2,3%.
Especialistas apontam que o consumo das famílias foi estimulado pela elevação da renda média no estado. Santa Catarina registrou um aumento real de mais de 14% na renda em 2024, o que fortaleceu o poder de compra no início de 2025.
Setor de serviços avança com protagonismo regional
O setor de serviços cresceu 4,5% no estado, superando o índice nacional de 2,6%. Os serviços voltados às famílias, como turismo, alimentação e lazer, mostraram alta de 12,2%. Transportes, impulsionados pela logística e agronegócio, tiveram elevação de 7,8%.

A temporada de verão, associada ao turismo de litoral, ajudou a elevar a demanda por esses serviços. Além disso, o bom desempenho do setor industrial acabou gerando reflexos positivos na cadeia logística.
Emprego formal reflete dinamismo da economia
Com mais de 50 mil vagas formais criadas no bimestre, o estado demonstrou capacidade de absorção de mão de obra qualificada e não qualificada. O Caged revelou uma taxa de desemprego de 2,7%, a menor dos últimos dez anos.
A oferta de empregos abrange áreas diversas, como vendas, logística, produção industrial, construção civil e serviços. Segundo o Sine, 9 mil oportunidades estão ativas em diferentes regiões do estado.
Infraestrutura e incentivos econômicos como vetores
O desempenho econômico de Santa Catarina tem sido sustentado por investimentos estratégicos em infraestrutura. Rodovias em duplicação, melhorias logísticas e digitalização de serviços públicos ajudaram a atrair empresas e facilitar negócios locais.
Além disso, incentivos fiscais e programas estaduais têm estimulado a inovação, especialmente na indústria e no setor de tecnologia. A conexão entre setor público e iniciativa privada favoreceu um ambiente de negócios competitivo.
Descentralização produtiva fortalece interior do estado
A expansão econômica não se restringe à capital ou ao litoral. Cidades médias do interior, como Chapecó, Joaçaba e Rio do Sul, registraram crescimento significativo, mostrando a força do modelo descentralizado catarinense.
A diversificação industrial e a presença de cooperativas agroindustriais fortalecem a renda local e garantem estabilidade à economia regional. Isso contribui para a baixa desigualdade de desenvolvimento entre os municípios do estado.
• Indústria de SC cresceu 7,6% no bimestre, acima dos 1,4% do país
• Comércio varejista avançou 7,2% com destaque para vestuário e móveis
• Serviços cresceram 4,5% com impulso do turismo e transportes
• Empregos formais ultrapassaram 50 mil novos postos no início de 2025
• Renda média subiu mais de 14% em 2024, ampliando consumo familiar
• Investimentos em infraestrutura e descentralização fortalecem a economia