A violência escolar em Santa Catarina revelou números alarmantes ao longo de 2024. Segundo o Nepre, mais de 7 mil registros preocupam pais, alunos, professores e autoridades.
O debate veio à tona durante sessão do Parlamento estadual em abril. A discussão ampliou a visibilidade do problema e apontou para falhas na prevenção ao bullying nas escolas.
Cenário preocupante expõe falhas de prevenção
O levantamento oficial do Núcleo de Prevenção da Secretaria de Educação revelou 7.719 ocorrências de violência em escolas estaduais catarinenses em 2024. O volume de notificações evidencia a recorrência do problema e desafia as estratégias adotadas até agora. Com base em dados sistematizados de registros escolares, o cenário reforça a necessidade de análise contínua de comportamento, saúde mental e mediação de conflitos.

Entre os tipos mais comuns de violência, destacam-se agressões verbais e físicas, humilhações e exclusões sociais. As estatísticas confirmam que o ambiente escolar segue vulnerável, exigindo medidas mais eficazes de contenção e educação emocional.
Debate no Parlamento reaquece discussão nacional
Durante a Sessão Ordinária de 10 de abril, o deputado estadual Mário Motta trouxe à tribuna o tema, conectando o problema ao Dia Nacional de Combate ao Bullying. Criada após a tragédia de Realengo, a data homenageia as vítimas e convida o país à reflexão.
Motta defendeu que o bullying, além de recorrente, carrega traços permanentes em quem o sofre. A ausência de respostas efetivas afeta o rendimento escolar, a saúde mental e até o desenvolvimento social dos alunos atingidos. Para o parlamentar, não bastam campanhas: a prática precisa ser enfrentada com ações pedagógicas e políticas públicas robustas.
Escolas devem se tornar espaços de segurança emocional
No pronunciamento, Motta anunciou um pedido de informação à Secretaria de Educação para avaliar a eficácia das ações já implementadas. A proposta busca mapear os resultados das iniciativas e ajustar rotas, se necessário. Ele reforçou que professores, gestores e alunos precisam agir em conjunto, criando um ambiente seguro, empático e respeitoso.
A ideia não foca apenas em punir, mas em transformar. O desafio é ensinar respeito, desenvolver inteligência emocional e construir uma convivência mais humanizada no cotidiano escolar.
Ações precisam ir além da sala de aula
Especialistas em psicologia educacional e neurociência destacam que o bullying escolar está muitas vezes vinculado a fatores emocionais não trabalhados em casa ou nas escolas. Programas de educação socioemocional, quando aplicados com continuidade e formação docente, mostram resultados concretos na redução da violência.

Iniciativas como círculos de paz, mediação entre pares e projetos de escuta ativa promovem uma cultura de convivência positiva. O uso de dados para identificar padrões de conflito também vem sendo adotado em redes públicas, permitindo ações mais estratégicas e menos reativas.
Mobilização permanente pode conter avanço do bullying
A data de 7 de abril, apesar de dolorosa, ajuda a manter o tema em evidência. Políticas de enfrentamento precisam de continuidade, investimento e engajamento. O combate ao bullying não se encerra em cartazes ou campanhas pontuais: exige vigilância institucional, escuta ativa e comprometimento de toda a comunidade escolar.
A escola precisa voltar a ser vista como um espaço seguro e transformador. Quando o aluno se sente protegido e ouvido, a violência perde terreno.
Pontos principais do texto:
- Santa Catarina registrou 7.719 casos de violência escolar em 2024
- Parlamentar Mário Motta levou o tema à tribuna no Dia Nacional de Combate ao Bullying
- Deputado propôs pedido de informações à Secretaria de Educação sobre ações em curso
- Especialistas defendem programas contínuos de educação socioemocional
- Combate ao bullying exige atuação de toda a comunidade escolar