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Santa Catarina registra queda histórica nos feminicídios

Santa Catarina encerra março com um dado que chama atenção: o menor número de feminicídios no mês, em uma década. A estatística não apenas surpreende, mas aponta caminhos promissores no enfrentamento da violência de gênero, ao evidenciar o impacto direto de políticas públicas de proteção e prevenção.

O resultado reflete uma articulação entre tecnologia, atuação policial e rede de apoio às mulheres. Com apenas dois casos registrados em março de 2025, frente aos dez contabilizados no mesmo mês do ano anterior, o Estado apresenta uma redução de 80%, indicando mudanças concretas na forma de combater esse tipo de crime.

Redução de feminicídios e fortalecimento da proteção à mulher

Uma queda tão acentuada em crimes de feminicídio não se sustenta em acaso. Os dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-SC), consolidados pela Diretoria de Inteligência Estratégica, evidenciam o efeito prático de medidas contínuas de prevenção. Santa Catarina aplicou foco e investimento em estruturas que atuam diretamente no acolhimento de mulheres em situação de risco.

Santa Catarina registra queda histórica nos feminicídios
SC registra menor número de feminicídios em março na última década

Apenas em março de 2025, duas mulheres foram vítimas fatais de feminicídio no Estado, enquanto o mesmo período de 2024 registrava dez ocorrências. Em comparação a março de 2015, que teve cinco registros, a tendência de queda se confirma. O recorte permite identificar resultados consistentes, especialmente quando analisados com base em padrões mensais e não anuais, o que dá maior precisão à leitura do impacto das ações recentes.

Técnicos da Gerência de Estatística e Análise Criminal (Geac/Dine) apontam que a confiabilidade dos dados se eleva quando acompanhamentos mensais substituem avaliações genéricas. Essa metodologia permite ajustes rápidos nas políticas públicas, otimizando a alocação de recursos e o monitoramento de territórios mais vulneráveis.

Tecnologia e resposta rápida no combate à violência

O avanço tecnológico vem se mostrando um pilar na repressão ao feminicídio. Ferramentas como o Botão do Pânico e sistemas de georreferenciamento instalados em dispositivos de monitoramento contribuíram para acelerar o tempo de resposta das autoridades policiais. A digitalização de protocolos operacionais reduziu o tempo entre o pedido de socorro e a ação concreta das forças de segurança.

A integração de bancos de dados entre Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros possibilitou que medidas protetivas fossem executadas com mais eficácia. Relatórios apontam que a agilidade nas comunicações internas reduziu em até 40% o intervalo entre denúncia e atendimento em regiões de maior incidência de violência doméstica.

O uso estratégico de inteligência artificial na triagem de denúncias via canais digitais também tem impulsionado a identificação de reincidência de agressores. Essas iniciativas reforçam a capacidade do Estado em antecipar o risco e atuar antes que a violência escale para níveis fatais.

A Rede Catarina como modelo de proximidade e prevenção

Com atuação personalizada, a Rede Catarina de Proteção à Mulher se consolidou como uma das ações mais eficientes no Estado. O programa atua com visitas periódicas, apoio psicológico e assessoria jurídica às vítimas, mantendo a presença constante das forças de segurança na vida da mulher ameaçada.

A proximidade estabelecida pela Rede tem como foco a prevenção. Quando a vítima percebe a presença do Estado como um recurso ao qual pode recorrer de forma segura e eficaz, o ciclo da violência tende a ser interrompido. Relatórios internos da SSP-SC apontam que residências atendidas pela Rede Catarina apresentaram queda de 60% nas reincidências de agressões físicas.

Além disso, as equipes envolvidas no programa passam por capacitações constantes, o que garante atendimento humanizado e sensível à realidade das vítimas. Esse olhar qualificado contribui para a reconstrução da autoestima e sensação de segurança das mulheres em situação de vulnerabilidade.

Delegacias especializadas ampliam o acesso à justiça

O crescimento das Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) em diferentes regiões de Santa Catarina ampliou o acesso à denúncia e à justiça. Essas delegacias especializadas oferecem estrutura e equipe treinada para lidar com casos de violência doméstica de forma sensível e técnica.

Ao descentralizar o atendimento, o Estado permite que mulheres de diferentes perfis sociais e geográficos encontrem apoio qualificado. Desde 2021, 13 novas unidades foram inauguradas em regiões com altos índices de violência doméstica, descentralizando os serviços e tornando-os mais acessíveis.

De acordo com dados da ONU Mulheres, o acesso facilitado à denúncia e o acolhimento especializado são determinantes para evitar o feminicídio. O investimento em delegacias especializadas reduz a subnotificação e fortalece a responsabilização dos agressores, contribuindo para a queda das estatísticas.

Articulação política e investimento público sustentam os resultados

O cenário catarinense resulta também de uma articulação política direcionada. O apoio do governo estadual a programas como as Salas Lilás, voltadas ao atendimento humanizado em hospitais e delegacias, e o fortalecimento de redes interinstitucionais demonstram uma escolha estratégica em prol da vida das mulheres.

Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, a união entre diferentes pastas e o foco no atendimento integrado reforçam o compromisso do governo em manter a tendência de queda. O respaldo institucional, aliado à priorização orçamentária, assegura continuidade e expansão das iniciativas.

O alinhamento entre ações preventivas, proteção legal, acolhimento emocional e resposta imediata forma o eixo central de um modelo que agora inspira outros estados. Santa Catarina mostra que investir em segurança com sensibilidade de gênero pode, de fato, salvar vidas.

  • Queda de 80% nos feminicídios em março de 2025 em SC em relação a 2024
  • Programas como Rede Catarina e DPCAMI fortalecem a prevenção
  • Tecnologia reduz o tempo de resposta das forças policiais
  • Acolhimento humanizado e presença do Estado inibem a reincidência
  • Delegacias especializadas descentralizam e qualificam o atendimento

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