O Partido Liberal (PL) estuda a possibilidade de lançar Débora Rodrigues dos Santos como candidata nas eleições de 2026. Presa em março de 2023 por envolvimento nos atos de 8 de janeiro, Débora foi colocada em prisão domiciliar, mas ainda enfrenta incertezas jurídicas que podem afetar sua elegibilidade.
A legenda vê a cabeleireira como um símbolo da “luta pela liberdade de expressão”, argumento central na defesa da anistia para os condenados pelos atos contra as sedes dos Três Poderes. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, defende uma revisão mais ampla das prisões ligadas ao episódio.
Situação jurídica de Débora Rodrigues
O caso de Débora ainda não tem definição jurídica. Ela responde a acusações como tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e associação criminosa armada. Se condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser enquadrada na Lei da Ficha Limpa, tornando-se inelegível.

O STF já determinou penas severas para outros envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A decisão final sobre Débora depende do julgamento em curso, adiado por um pedido de vista do ministro Luiz Fux. Enquanto isso, ela cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica e restrições, incluindo a proibição de entrevistas e acesso às redes sociais.
PL pressiona por revisão de prisões
Sóstenes Cavalcante solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma reavaliação das prisões preventivas relacionadas ao 8 de janeiro. O deputado alega que os critérios aplicados no caso de Débora, como tempo excessivo de detenção e ausência de periculosidade, deveriam ser estendidos a outros detentos.
O partido reforça o discurso de que os manifestantes estão sendo tratados com rigor desproporcional. A defesa da anistia tem sido um dos pilares do PL desde as primeiras condenações, em um movimento que busca reverter decisões desfavoráveis dentro do Judiciário.
Repercussão política da possível candidatura
A ideia de lançar Débora como candidata causa divisões dentro e fora do PL. Para apoiadores, ela representa uma vítima da repressão estatal. Já adversários políticos criticam a estratégia, apontando que uma condenada por crimes contra o Estado não deveria ocupar cargo público.
Especialistas em direito eleitoral indicam que a candidatura dependeria do desfecho do julgamento. Caso a condenação seja mantida, qualquer tentativa de registro será barrada pela Justiça Eleitoral. A decisão do STF, portanto, pode impactar diretamente os planos do partido para 2026.
Condicionantes para uma possível candidatura
- Débora ainda aguarda julgamento definitivo no STF.
- Se condenada, pode ser enquadrada na Lei da Ficha Limpa.
- PL usa o caso como parte da campanha por anistia.
- Revisão de prisões pode impactar outros detidos do 8 de janeiro.
- Decisão do STF será determinante para seu futuro político.